Os cincos álbuns que Stefano Battaglia fez para a ECM desde 2005
contêm o mais robusto trabalho lançado por um pianista da ECM durante o período.
Esta declaração será controversa, dado que pianistas como Keith Jarrett,
Stefano Bollani, Bobo Stenson e Craig Taborn gravam para o selo. Porém, os
discos de Battaglia, “Raccolto (2006)”, “Re: Pasolini (2007)”, “Pastorale
(2010)” e “The River of Anyder (2011)” oferecem novos conceitos de lirismo, às
vezes anotados , mais frequentemente
descobertos em atos espontâneos de imaginação nunca repetidos. Escrita ou
improvisada, a música tocada por Battaglia soa inevitável como se sempre
estivesse lá.
O novo “Songways” é um dos mais belos álbuns de trio de
piano do milênio. Inicia com pura aura sedutora, nos acordes que pairam, e nas luminosas
vibrações de “Euphonia Elegy”. Então, o baixo melancólico de Then Salvatore
Maiore começa a surgir como a noite e o suave volume do som de Battaglia
clarifica a ascensão da figura de uma única nota que vem a ser mais pungente em
cada repetição. É como se a sonoridade da natureza como o mar e o vento se
transformasse em um choro humano. No jazz, “belo” é frequentemente um adjetivo
que é usado com tímido louvor. A música de Battaglia é bela , mas não é rasa
nem delicada.
Battaglia descreve “Songways” como “canções, cantos, danças”. Os três misturam-se.
“Mildendo Wide Song” é uma rede de melodias tomadas através de muitas variações
nuançadas, que vêm a ser encantadoras. “Ismaro” é uma dança na mão esquerda de Battaglia
e epifania de canção em sua mão direita. “Babel Hymn” é um enlevado ritual e cerimonia.
“Armonia” é pacientemente desvelada em 14 minutos. Move-se através do canto e
canção e hino e mesmo dança, mas contem espaços abertos que deixam três
intuitivos improvisadores iluminados no
momento. Maiore sombreia uma frase que Battaglia encontrou ao ar livre e segue com ela. O
baterista Roberto Dani toca seus pratos e produz luz cintilante e aprofunda o
contínuo drama da música de Battaglia.
Faixas: Euphonia Elegy; Ismaro; Vondervotteimittis; Armonia;
Mildeno Wide Song; Monte Analogo; Abdias; Songways; Perla; Babel Hymn.
Fonte: Thomas Conrad (JazzTimes)
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