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sábado, 5 de julho de 2014

STEFANO BATTAGLIA – SONGWAYS

Os cincos álbuns que Stefano Battaglia fez para a ECM desde 2005 contêm o mais robusto trabalho lançado por um pianista da ECM durante o período. Esta declaração será controversa, dado que pianistas como Keith Jarrett, Stefano Bollani, Bobo Stenson e Craig Taborn gravam para o selo. Porém, os discos de Battaglia, “Raccolto (2006)”, “Re: Pasolini (2007)”, “Pastorale (2010)” e “The River of Anyder (2011)” oferecem novos conceitos de lirismo, às vezes anotados  , mais frequentemente descobertos em atos espontâneos de imaginação nunca repetidos. Escrita ou improvisada, a música tocada por Battaglia soa inevitável como se sempre estivesse lá.

O novo “Songways” é um dos mais belos álbuns de trio de piano do milênio. Inicia com pura aura sedutora,  nos acordes que pairam, e nas luminosas vibrações de “Euphonia Elegy”. Então, o baixo melancólico de Then Salvatore Maiore começa a surgir como a noite e o suave volume do som de Battaglia clarifica a ascensão da figura de uma única nota que vem a ser mais pungente em cada repetição. É como se a sonoridade da natureza como o mar e o vento se transformasse em um choro humano. No jazz, “belo” é frequentemente um adjetivo que é usado com tímido louvor. A música de Battaglia é bela , mas não é rasa nem delicada.

Battaglia descreve “Songways” como  “canções, cantos, danças”. Os três misturam-se. “Mildendo Wide Song” é uma rede de melodias tomadas através de muitas variações nuançadas, que vêm a ser encantadoras. “Ismaro” é uma dança na mão esquerda de Battaglia e epifania de canção em sua mão direita. “Babel Hymn” é um enlevado ritual e cerimonia. “Armonia” é pacientemente desvelada em 14 minutos. Move-se através do canto e canção e hino e mesmo dança, mas contem espaços abertos que deixam três intuitivos improvisadores  iluminados no momento. Maiore sombreia uma frase que Battaglia  encontrou ao ar livre e segue com ela. O baterista Roberto Dani toca seus pratos e produz luz cintilante e aprofunda o contínuo drama da música de Battaglia.

Faixas: Euphonia Elegy; Ismaro; Vondervotteimittis; Armonia; Mildeno Wide Song; Monte Analogo; Abdias; Songways; Perla; Babel Hymn.


Fonte: Thomas Conrad (JazzTimes)

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