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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

CHARNETT MOFFETT – THE BRIDGE (Motema)

Qualquer verdadeiro álbum solo requer equilíbrio do artista para os componentes que nossos ouvidos esperam ouvir : Um pianista, um guitarrista ou um saxofonista deve criar melodia tão bem quanto ritmo, sem seção rítmica, mas para um baixista o desafio maior vem a ser a própria banda. Charnett Moffett entende que este trabalho aqui é providenciar melodias e harmonias não usualmente requeridas, tudo enquanto mantém a condução e maleabilidade, que são sua reserva no negócio, e ele trabalha duro para preencher estes papéis em  “ The Bridge”. Várias destas 20 faixas pairam em  uma extensão de um a dois minutos. Poucas cravam quatro. O objetivo de Moffett não é navegar, mas ser sucinto, fluido e divertido. Ele  impulsiona-as com estilo : Tão difícil quanto é imaginar que alguns desses pedaços de solos de baixo são , assim, melodicamente atrativos, que praticamente convida você para sussurrar junto.

Isto não significa que Moffett emudeça, nem mesmo remotamente. De  “Caravan” , uma grande composição de Ellington, com o qual ele abre o trabalho, a proficiência e a sutileza de Moffett  estão à  frente: Ele está no domínio do instrumento, alvoroçando e devastando,  remodelando o standard com uma completude próxima ao sinfônico. Seu “Monk Medley” e peças de Sting, Tony Williams, Charles Mingus, McCoy Tyner e Miles Davis às vezes só sugerem, o fantasma de partes instrumentais ainda manobram para dar veracidade a peculiaridades composicionais do autor. A composição dos Beatles’ “Eleanor Rigby” é loucamente esperta , um longo minuto emparelhando  “Joshua Fought the Battle of Jericho” com  “Rolling in the Deep”  de Adele são tratadas reverentemente, Moffett renunciando a histrionismo e mantendo-as reconhecíveis.

Às vezes, entretanto, são as composições de Moffett que ressoam mais profundamente. “Swinging Etude” é uma cascata de notas dessemelhantes —Moffett é um rápido baixista— mas preferencialmente tem o senso de mitigar os excessos , suas escolhas estão no lugar e são instigantes . E “Free Your Mind” que sem emendas mistura o trabalho de arco e pizzicato , é suntuosa e sobrenatural.

Faixas: Caravan; Eleanor Rigby; Black Codes; Fragile; Haitian Fight Song; Kalengo; Bow Song; Joshua Fought the Battle of Jericho Rolling in the Deep; Skip Hop; The Slump; Monks Medley Round Midnight, Well You Neednt and Rhythm A Ning; Oversun; Swinging Etude; Walk Spirit, Talk Spirit; Truth; The Bridge Solo Bass Works; Nature Boy; Things Aint What They Used To Be; All Blues; Free Your Mind; Bonus Video The Bridge Solo Bass Works


Fonte: Jeff Tamarkin (JazzTimes)

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