
O abrangente Rota, com composições carregadas nas harmonias, tem
provado ser fértil para o jazz. Nas notas do disco, Bernstein cita o brilhante Hal
Willner sobre Amacord de Nino Rota (1980) por
abrir sua mente para Rota.” Nino Rota (2011)” do acordeonista Richard Galliano,
com Dave Douglas e John Surman, dentre outros , é o mais notável e recente
exemplo. Porém a tomada do Sexmob dirige-se para uma extensão ainda que
notavelmente coerente, mais próximo ao tratamento de Prince e Duke Ellington do
que do projeto de James Bond , mas com momentos e irreverência cômica e simples
folia que Fellini teria apreciado.
O início é tranquilo. A abertura, “Amacord” revela uma
evocativa tristeza , só levemente impregnada pela vozes cremosas dos
metais de “Il Teatrino Delle Suore” vindas
do singular trompete de vara e do trompete híbrido de Bernstein e do saxofone de
Briggan Krauss. Porém , antes da longa “Volpina” (também de Amacord) estar sendo segura por uma síncope de New Orleans,
“Paparazzo” (La Dolce Vita) tem Krauss retratando o pacote de curiosos disparos com rugidos
reminiscentes de Sam Rivers e “Nadia Gray” (La Dolce Vita) explode como
intemperança do jazz, do tratamento insultuoso da melodia para o solo
sentimentalóide da bateria de Kenny
Wollesen. Há mais plenitude nas junções— este é o disco mais cheio de nuances
do Sexmob— e o solo do baixo elétrico de Tony Scherr na interpretação de “Gelsomina” (de
La Strada) ajuda a trazer o projeto para um suave pouso. Quando termina, você capta o sentimento
de que não é qualquer estilo de música, desde a ópera de Opry, que Bernstein e
Sexmob não podem reinventar de modo emocionante.
Faixas: Amacord; Il Teatrino Delle Suore (Juliet of the
Spirits); La Strada; Volpina (Amacord); Paparazzo (La Dolce Vita); Toby
Dammit's Last Act (Spirits of the Dead); La Dolce Vita; Zamparo (La Strada);
Nadia Gray (La Dolce Vita); The Grand Hotel (Amacord); Gelsomina (La Strada); I
Vitelloni.
Músicos: Steven
Bernstein: trompete de vara, trompete híbrido, alto horn; Briggan Krauss: saxofone alto, saxofone barítono ; Tony Scherr: baixo elétrico; Kenny
Wollesen: bateria, gongos, log drum, waterphone, vibrafone.
Fonte:
Britt Robson (JazzTimes)
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