“Our Kind of Bossa” celebra quinze anos do BossaCucaNova, um
dos mais ousados grupos musicais contemporâneos do Brasil (e coincidiu também
com a realização da Copa do Mundo de futebol no Brasil). Estas onze faixas
fundem a eletro-bossa nova, pela qual o grupo é melhor conhecido, com o samba e
outros ritmos dançantes da sua terra natal e louva o núcleo do quarteto BossaCucaNova —Marcio Menescal (filho do
pioneiro da bossa nova Roberto Menescal) no baixo, DJ Marcelinho DaLua, o engenheiro/produtor Alex Moreira atuando nos
teclados, a vocalista Cris Delanno e o percussionista Dado Brother, que estão
juntos por mais de uma década.
"Nós conduzimos a pesquisa em base diária" diz
Moreira. "DJ DaLua passa horas visitando sebos ao redor do mundo em busca de LPs. Cada um de nós dá
sugestões , apresentando rara faixas de MPB (Música Popular Brasileira) e
adicionando-as ao nosso repertório. Durante a sessão de gravação, nós optamos
por aquelas mais suaves".
Os melhores momentos de “Our Kind of Bossa” são genuinamente
primorosos. "Adeus América" derrama-se com frieza eletrônica e funk adicionada com ponderosas estrelas brasileiras— o líder vocal
é Wilson Simoninha, o solo de trombone é realizado por Marlon Sette, o violonista
Oscar Castro-Neves no ritmo e o vocal do
grupo Os Cariocas (que data dos início dos anos 40) lavando cada coisa em suave
líquido sonoro— para iluminar a banda da terra natal. Alguém poderia escrever
uma peça inteira sobre o som espraiado desta canção de abertura, um delicioso
redemoinho sonoro e tecnologia futurística, que antes desliza através de uma
pegada que retorna ao sentimento clássico da bossa nova dos anos 60, quando
esta música (e porções de outras músicas) brilhavam, inovavam, aqueciam e
preenchiam possibilidades. O coro vocal banha o samba "Deixa Pra Lá" como
uma lânguida luz solar banhando uma praia do
Rio como o saxofone alto arrasta a líder vocal Teresa Cristina como um
feliz cachorro saltitante à beira d´agua.
"É Precisco Perdoar" samba sob a suave liderança
vocal de Emilio Santiago e orquestração conduzida por Flávio Mendes, que atua
com elegância e graça. "Waldomiro Pena" (Jorge Ben) balança e rola
com Simoninha no vocal, os funkeados instrumentos de Leo Gandelman e as frases musicais repetidas da guitarra
para "Monkey Man" dos Rolling Stones
(a banda descreve-a como "Stones + Tower of Power + Rio de Janeiro")
e desvanece com uma lastimosa sirene , como uma festa saindo do controle.
Um dos melhores lançamentos da festa do verão que você
contará, “Our Kind of Bossa” , encerra com “Tô Voltando", uma celebração
festiva do Brasil e sua cultura que crepita e explode a funkeada guitarra ritmo
e metais nos coros. "Algumas nós fazemos do nosso próprio jeito, com nossa
batida, em um processo exemplar de estúdio
e produção que faz esta banda tão especial e eterna" Menescal expõe. "Nós
tocamos e produzimos de todo coração e os álbuns são consistentes ".
Faixas: Adeus América; Deixa a Menina; Balança (Não Pode
Parar!); A Pedida É Samba; É Preciso Perdoar; Segure Tudo; Ficar; Waldomiro
Pena; Deixa Pra Lá; Rio de Inspiração; Tô Voltando.
Músicos: José
Arimatéia: trompete; Marcio Bahia: bateria; Dado Brother: coro, bateria,
percussão, tamborim; Os Cariocas: vocal; Zé Carlos: guitarra; Oscar Castro-Neves:
violão; Teresa Cristina: vocal; Martinho da Vila: vocal; José Alves Da Silva:
violino; Cris Delanno: vocal; Laudir DeOliveira: congas; DJ Dalua: batidas,
reco-reco, arranhaduras, sons; Donatinho: teclados; Eliane Farias: vocal; David
Feldman: piano; Glauco Fernandes: violino; Pedro Frederico: violino; Leo
Gandelman: flauta, saxofone barítono; Daniel Guedes: violino; Carlos Eduardo
Hack: violino; Dirceu Leite: clarinete; Fernando Magalhães: guitarra; Marcela
Mangabeira: vocal; Flavio Mende: vocal, guitarra, arranjos de cordas e maestro;
Thais Mendes: viola; Márcio Menescal: Fender
jazz bass, guitarra, mini harp,
baixo sintetizado; Roberto Menescal: arranjos para baixo e guitarras;
Monobloco: vocal, percussão; Alex Moreira: clavinet,
Fender Rhodes, guitarra, teclados, moog
synthesizer, piano, sampling,
vibrafone; Jaques Morelenbaum: cello; Moska: vocal; Leo Ortiz: violino; Jesuína
Passaroto: viola; Iura Ranevsky: cello; Maria Rita: vocal; Rene Rossano: guitarra;
Claudia Grosso Couto Salles: cello; Emilio Santiago: vocal; Pretinho Da
Serrinha Cavaquinho: percussão; Marlon Sette: trombone surdinado, trombone;
Rodrigo Sha: vocal, flauta, saxofone barítono; Sidinho: harpa de boca, percussão;
Wilson Simoninha: vocal; Elza Soares: vocal; Tia Surica: vocal; Marcos Suzano:
percussão; Tiago Torres: bateria; Guto Wirtti: baixo acústico.
Gravadora: Six Degrees Records
Fonte : CHRIS
M. SLAWECKI (AllAboutJazz)
Nenhum comentário:
Postar um comentário