Façamos um registro: Alexi Tuomarila é um dos grandes
pianistas do jazz. Ele é mais conhecido pelo único álbum que fez com Tomasz
Stanko, em 2009, “Dark Eyes” pela ECM. Stanko
sabe escolher os pianistas. Os dois anteriores a Tuomarila foram Bobo Stenson e Marcin Wasilewsk. O único
depois foi David Virelles.
Tuomarila é finlandês. O animado baterista aqui é Olavi Louhivuori, que tocou, também, com Stanko.
O vigoroso e estratégico baixista é Mats Eilertsen da Noruega. O guitarrista é
André Fernandes de Portugal , que faz uma breve e memorável aparição.
Tuomarila tem proficiência. Diverso, formas diferentes de
lirismo fluem dele, frequentemente velozes. Porém, esta não é razão da escolha
de Stanko. Tuomarila soa como um jovem com alma antiga. Como Stanko, ele é uma
conjunção de estado de espírito e ambiência. “Seven Hills” está em seu próprio
mundo, uma área unificada de complexa emoção.
Muitas peças seguem uma linha similar. “Pearl”, “Jibeinia” e“Seven
Hills” iniciam com uma lenta e simples figura, rígidas como um hino, mas com
uma pegada inquestionável. Suas melodias sombrias e ansiosas, inicialmente
prende a atenção pela atmosfera do baixo de Eilertsen. Então os acordes de Tuomarila
buscam uma abertura e finalmente vem um fluxo de notas simples , longos
volteios de filamentos de luz. Cada peça é uma cerimônia separada, um ritual
comandando a libertação. Uma é, de fato, chamada “Ceremony” e tem momentos da
mais pura emoção, onde Fernandes aquece um acento dramático numa pungente
guitarra e o sustenta. Porém, há performances como “Skuld” e “Visitor”, onde a
liberação é imediata. Eles levam Tuomarila para uma livre torrente de ideias. Ele
flutua em energia encorpada de Eilertsen e Louhivuori.
Faixas:
Seven Hills; Cyan; Prologue; Jibeinia; Skuld; Pearl; Visitor Q; Miss; Ceremony.
Músicos: Alexi Tuomarila: piano; Mats
Eilertsen: baixo; Olavi Louhivuori: bateria; André Fernandes: guitarra (3, 9).
Fonte : Thomas Conrad (JazzTimes)
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