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domingo, 26 de outubro de 2014

ERIC REVIS – IN MEMORY OF THINGS YET SEEN (2014)



Embora o título do álbum do quarteto do baixista Eric Revis aparentemente homenageie títulos iniciais da  AACM (pense no manifesto desacompanhado do pianista Muhal Richard Abrams  “ Things To Come From Those Now Gone Delmark, 1975”) , a atualidade é inteiramente diferente. Tendo realizado mudanças desde o aclamado “City of Asylum”, o grupo  age primeiramente como  veículo explorador de esquemas imaginativos  delineados pela banda,  ao lado de dois clássicos do  free jazz  e de dois grupos inventivos, desta vez sem o uso de um piano.  Revis tem um histórico de longa ocupação com Branford Marsalis , incluindo, também, trabalhos com os músicos Peter Brotzmann  e Ken Vandermark . Revis desafia fáceis categorizações. 

Aquele caráter persiste quando  consideradas 13 das faixas nesta sessão de estúdio, assim como a banda  abarca um amplo leque do terreno. Com este objetivo em mente, Revis reuniu um notável grupo de músicos. O saxofonista alto Darius Jones  maneja sua costumeira mistura melodiosa agridoce e pequenos toques atonais, contrastando com como legato mais muscular do tenor do saxofonista Bill McHenry. O baterista Chad Taylor  guia qualquer coisa que lhe é lançada com graciosa segurança dos ritmos funk ou com pulsação intricada. 

Apesar de ter talento nas mãos, o enfoque permanece menos sobre os solos, que tendem a ser concisos, e mais na interação e espírito da banda. Em nenhuma parte o efeito impressionante das composições é melhor ilustrado do que na abertura de duas faixas, onde    o vibrafone de Taylor  infunde a melancolia à la Satie em "The Tulpa Chronicles I" construindo  a frugalidade das variações melódicas do líder, enquanto o estruturado improviso em  "Hits" inicia com um som estridente eclodindo alternadamente com  pequenas vinhetas explosivas de cada membro antes  de um final coletivo bravio. Revis revela em linhas dardejantes, temas vigorosos (por meio dos quais  uma música é compartilhada por dois ou mais instrumentos), e múltiplas camadas de ação, evidenciadas  pela jubilosa obliquidade de "The Tulpa Chronicles II" e a vibrante "The Tulpa Chronicles III" que apresenta o uso ativo do arco por parte do baixista.  

Das duas reinterpretações, "Shadow World"  de Sun Ra corta o término da versão de Magic City (Saturn, 1966), apresentando conformidade  extraplanetária aguda através de dois instrumentos de sopro, com Taylor explodindo em frenético crescendo, enquanto "Somethin's Cookin'"  de Sunny Murray  justapõe-se lentamente impulsionando os saxofones contra os atarefados baixo e bateria.  O antigo empregador de Revis aparece na "Unknown" com pegada bop  inserindo uma complicada atuação do tenor dentro de um animado  e ágil suíngue, e , outra vez, o improvisado "FreeB" juntando-se em uma escaramuça  cintilante de instrumentos de palhetas quebrando como ondas na praia. Em toda parte,  há quase  muito para saborear. Cinco números atingem menos de três minutos e as mais longas estão em torno de sete, assim seria bom ouvir este material de forma mais ampla em um concerto. 

Faixas: The Tulpa Chronicles I; Hits; Son Seal; Somethin’s Cookin’ ; Unknown; The Tulpa Chronicles II; Voices; A Lesson Earned; The Shadow World; Hold My Snow Cone; FreeB; The Tulpa Chronicles III; If You're Lonesome, Then You’re Not Alone

Músicos: Eric Revis: baixo; Chad Taylor: bateria, vibrafone; Bill McHenry: saxofone tenor; Darius Jones: saxophone alto 

Gravadora: Clean Feed Records

Estilo: Jazz Moderno

Fonte : JOHN SHARPE (AllAboutJazz)

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