O título do sétimo lançamento de Ernie Watt em seu selo , Flying Dolphin , reflete a importante
filosofia que guia o tenorista, como ele expôs em recente entrevista em dublinjazz.ie: "Nós estamos criando
nossa realidade todo dia pelos pensamentos que concebemos e pelas coisas que dizemos e por nossos
sistemas de pontos de vista. É um caminho muito claro e simples". Para Watts
esta trajetória tem sido expressa, em
média , em duas horas de prática, virtualmente,
a cada dia nos últimos 53 anos . Tal dedicação à sua arte está evidente
cada vez que Watts toca e instiga o jornalista Nat Hentoff a falar sobre o total comando do instrumento
por parte dele.
Agora chegando aos setenta, Watts está, defensavelmente, no auge dos seus poderes como ele demonstra amplamente
em outra fina adição à sua discografia como líder que se estende desde “World
Pacific, 1969”. Acompanhado por seu quarteto que permanece junto há quinze
anos, Watts apresenta cinco inéditas impressionantes e três magníficas
interpretações de composições do pianista Keith Jarrett , do trompetista Dizzy
Gillespie e do pianista/arranjador Billy
Childs. Suportando o trabalho estão duas suntuosas peças orquestrais ,
coescritas com Ron Feuer e por ele arranjadas: "The Sound:
Morning" e "The Sound: Evening" são assombrosas e suavemente
peças rapsódicas, acompanhada por partes no sintetizador e cintilante piano e a
firmeza brilhante de Watts e Feuer para as melífluas odes para a natureza.
O dia lentamente aquecendo, a música ganha gradualmente
intensidade do encantamento meditativo de "The Sound: Morning" através
do terreno lírico para um completo clímax bebop, antes abrandando e relaxando
nas mais suaves cores do fim do dia. Esta é uma gravação conceitual, mas
espiritualmente Watts exprime em termos musicais muito viscerais. Swing, bebop e o blues são os poços onde
Watts bebe. Em "No Lonely Nights" de
Jarrett ,Watts demonstra que ele é um mestre na lenta atração para beneficiar
sua entonação calorosa que se irradia. O pianista Christof Saenger , o baixista
Rudi Engel e o baterista Heinrich
Koebberling nas escovinhas, adicionam, perfeitamente, ponderado suporte.
Watts tem absorvido mais da arte da improvisação melódica de
Jarrett ao longo dos anos , indiferente ao tempo como comprova em seu arrojado solo em tempo
médio de "The Road We're On" de Koebberling . Saenger e Engel fazem
suas próprias demonstrações elegantes antes de retornar ao líder. Watts torna a
aquecer um pouco em "Acceptance" uma canção satisfatoriamente alimentada na
tradição com um vigoroso passeio da linha do baixo e segurando
abundantemente o jogo para todos. O solo blueseiro de Saenger estabelece um
ritmo sublime para Watts , que responde com energia apaixonada. O quarteto
aquece em "Bebop" de Gillespie
com toques uníssonos e virtuosismos individuais excitados como ordem do dia. O
revezamento entre os músicos durante a apresentação de Koebberling é um modelo
por demais familiar , mas o entrelaçamento do
baterista com Watts providencia genuinamente passagens excitantes e
permanece um ponto alto de qualquer exibição de Watts.
Os contornos suaves de "Hope in the Face of
Despair" de Childs e a balada
amorosa de Watts, "A Simple Truth", guia o quarteto a um passado pôr-de-sol, enquanto
a sombria ternura da orquestral "The Sound: Evening" convida o tempo
em um impressivo trabalho coletivo que só
fortalece a legenda de Watts.
Faixas: The
Sound: Morning; No Lonely Nights; The Road We’re On; Acceptance; Bebop; Hope in
the Face of Despair; A simple Truth; The Sound: Evening.
Músicos: Ernie Watts: saxofone tenor; Christof Saenger:
piano; Rudi Engel: baixo acústico; Heinrich Koebberling: bateria; Ron Feuer:
orquestração sintetizada (1, 8).
Gravadora: Flying Dolphin Records
Fonte : IAN
PATTERSON (AllAboutJazz)
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