Há momentos—relativamente um pouco deles—em “ Getaway” que são ilusoriamente simples e você deve
imaginar por um momento que Lisa Hilton está realizando um jogo com sua cabeça.
Ela prova, com bastante frequência, que
é uma pianista de considerável habilidade, capaz de profundo e emocional
alcance. Porém, às vezes ela prefere evitar todo aquele espalhafatoso material e
apenas salienta o básico. Tome a perene “Stormy Monday Blues”, uma das duas não
inéditas entre as 13 faixas de Getaway (a outra é “Turning Tables” de Adele). Aqui Hilton encontra
novos caminhos em torno de um velho cavalo de batalha, brincando com o tempo e
reformando a melodia através de uma reciclagem minimalista, linha reiterativa,
ainda que a canção abertamente assemelhe-se a ela mesma. Outras vezes ela transitoriamente
volta a cabeça para um blues sem adorno ou um boogie-woogie tão travesso que
você imagina que Jerry Lee Lewis apenas a impulsionou para fora do seu banco do
piano. Ela assalta o coração com o título da segunda faixa —“Just for Fun”.
Porém, há outras
instâncias onde Hilton está praticamente solene. É o outro lado completo de seu
trabalho artístico e igualmente convincente. Com Nasheet Waits na bateria e Larry Grenadier no baixo guiando do suave para
o impactante, mas nunca dominante, ela passa a ser meditativa— em faixas tais
como “Unforgotten” e a maravilhosa “Stepping Into Paradise”— e cuidadosa. Tecnicamente,
Hilton não deve ser a mais completa instrumentista em atividade, e ela dá a
distinta impressão que não está preocupada com isto. O que ela faz com o que
ela alcançou, possibilita a “Getaway” ser uma experiência de audição edificante e surpreendente.
Faixas:
Getaway; Just For Fun; Stormy Monday Blues; Stepping Into Paradise; Evening
Song; City Streets; Lost & Found; Emergency; Turning Tables; Unforgotten;
Stop & Go; Slow Down; Huckleberry Moon.
Fonte :
Jeff Tamarkin (JazzTimes)
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