Cantora e compositora, Dolores Duran vicejou nos anos 1950,
ainda pouco afeitos à caligrafia autoral feminina. Era o apogeu de um Rio de
Janeiro fervilhante, cuja boemia se mantinha irrigada pelos dutos generosos de
capital federal. Repleta de cronistas especializados, a vida noturna era uma
entidade palpável, como exalta Carioca
1954, de Ismael Neto e o notívago militante Antônio Maria : Sou da noite do Rio / da noite macia do
Rio / eu sou desse bar que me chama. Sob o sarcástico rótulo de Gafieira de Gente Bem , Billy Blanco imprimiu
o Estatuto de Boate ( onde a noite esconde a bobagem que
acontece / onde whisky lava qualquer disparate). Ambas estão entre as
escolhidas por Nina Becker para o tributo Minha
Dolores , afetiva reconstituição climática. Nina ousou no acompanhamento,
centrado no bandolim pontilhista de Luís Barcelos e no violão de 7 cordas de
Lucas Porto. Desfilam pepitas autorais da homenageada, como Solidão, Vou Chorar (com Lúcio Alves) e Estrela do Sol (com Tom Jobim).
Faixas
01. Estrada do sol
02. Estatuto de boite
03. Tradição
04. O amor acontece
05. Carioca 1954
06. Vou chorar
07. Marca na parede
08. Coisas de mulher
09. Coisa mais triste
10. Feiura não é nada
11. Manias
12. Solidão
13. Outono
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo
Fonte : Tárik de Souza (CartaCapital)
Nenhum comentário:
Postar um comentário