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sábado, 22 de novembro de 2014

DERRICK HODGE – LIVE TODAY (Blue Note Records)

O baixista Derrick Hodge foi uma presença evidente no ano retrasado na Black Radio, na  comercialmente bem sucedida mistura de jazz, hip-hop e soul music  de Robert Glasper. A estreia de Hodge como líder, “Live Today”, organiza-se muito com o mesmo núcleo de músicos e invoca um modelo estilístico similar, mas reduz o número de poderosos convidados e interpretações de canções conhecidas para criar um mais focado, coeso e artisticamente ambicioso trabalho. É também muito pessoal, com várias faixas referindo-se ao tempo passado por Hodge na igreja (o encerramento “Doxology [I Remember]” , a única reinterpretação), a marcha da sua banda na escola secundária (“Boro March”) e como um músico florescente (“Rubberband” atualiza a faixa demo que ele fez quando adolescente). Ele também acena para dois de seus mentores, Terence Blanchard (com a tingida com toques de  New Orleans, “Gritty Folk”) e o vibrafonista Steve Nelson (na texturalmente diversa e dinâmica “Dances With Ancestors”).

 Hodge sustenta que suas composições são propositalmente  básicas para encorajar e explode uma espécie de improvisações espontâneas a partir da diversidade dos estilos dos seus companheiros, que justificaria o título de “ Live Today”. Porém, a identidade e a permanente beleza do disco são encontradas em seus arranjos — diabolicamente detalhados, assentados de forma translúcida que têm mais obrigações com grandes produtores do hip-hop como foram para Miles Davis, Weather Report ou mais jazz tradicional. As melhores faixas partilham esta internamente atarefada, mas externamente cortada por ecos interligados, arrulhos, balanços, amostras, cordas, arranhaduras e pulsações, especialmente “The Real” e uma sucessão rápida de notas no meio do disco, começando com a faixa título (apresentando o  rapper Common). Por anos, jazz e hip-hop estiveram juntos como óleo e água. Porém, em “Live Today”, as texturas hipnóticas e timbres dentro destes arranjos fluidos pressagia nova química e estímulo criativo.

Faixas: The Real; Table Jawn; Message Of Hope; Boro March; Live Today; Dances With Ancestors; Anthem in 7; Still The One; Holding Onto You; Solitude; Rubberband; Gritty Folk; Doxology (I Remember); Night Visions.

Músicos: Derrick Hodge: baixo acústico e elétrico, fretless bass, teclados, sintetizadores, percussão; batidas na mesa, colheres e xícaras(2); vocal (8); arranjos para cordas (9; 10); Chris Dave: percussão (1, 5, 6, 10, 11); batidas na mesa, colheres e xícaras(2); James Poyser: teclados (1); Travis Sayles: sintetizadores (1), Hammond B3 Organ (13); Jahi Sundance: turn tables (1 ); Keyon Harrold: trompete (1, 12); Marcus Strickland: saxofone tenor (1), sax soprano (6); Corey King: trombone (1); Robert Glasper: batidas na mesa, colheres e xícaras(2);  piano, ruído de passos, Fender Rhodes (5); Mark Colenburg: bateria, percussão (3, 4, 7, 12); Travis Sayles: teclados, Hammond B3 organ (3, 7); Keyon Harrold: trompete em si, trompete surdinado, flugelhorns (4, 6); Casey Benjamin: vocoder (8); Alan Hampton: vocal, violão (9); The American String Quartet (9, 10): Martha Caplin (violino), Sophia Kessinger (violino), Sarah Adams (viola), Mark Shuman (cello); James Poyser: teclados (11).

Fonte: Britt Robson (JazzTimes)


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