JD Allen escreve em seu disco notas que “tecnicamente “Bloom”
provem de três fontes, a música clássica do século XX, o repertório
norte-americano e a improvisação do jazz”. Porém, dois dos saxofonistas tenores
antecessores de Allen—John Coltrane e Sonny Rollins—estão mais em evidência
aqui. Allen tem uma grande entonação que em diferentes ocasiões traz à mente cada um deles (ouvintes poderiam
fazer um jogo para decidir quando Allen soa mais como um ou outro), e sua música,
como a deles, une intelecto e espiritualidade
sem abandonar suas raízes mundanas.
Seguindo vários bem
considerados álbuns de trio, Allen passa para o formato de quarteto aqui, com Orrin
Evans (piano), Alexander Claffy (baixo) e Jonathan Barber (bateria). Das sete composições de Allen está inclusa a
faixa título; a abertura com toque de Trane, “Jack’s Glass”; a exibição de Barber em
The Secret Life of Guest Workers”, na qual uma lenta e demorada linha à la Ornette Coleman lidera o
extenso solo de bateria; “A Throng of Millions Can Be One” e “The Rule of
Thirds”, músicas similares diferenciadas mas obviamente pelo solo com arco de Claffy
a posteriori e o blues de encerramento “Car-Car (The Blues)”, que Evans abre
com um dos seus melhores solos.
Tão intrigante quanto tudo isto estão três interpretações
que se distinguem. Na primeira, Allen soa como Rollins. “If You Could See Me
Now” exibe sua espontaneidade para tocar vagaroso e fazer suas notas valer. Ele
retoma as pegadas de Rollins no toque de “Stardust” desacompanhado, sua
entonação pegando algo das franjas que o próprio Rollins tomou emprestado de Coleman
Hawkins. “Pater Noster” (A prece ao Senhor), da sua reverencial abertura de
retumbantes e progressivos acordes de
piano, não ajudam , mas pode trazer à mente o mais famoso trabalho de Coltrane.
O espírito sério do saxofonista tenor de jazz permanece em JD Allen.
Faixas
1.
Jack's Glass
2.
Bloom
3. The
Secret Life of Guest Workers
4. The
Dreamer
5. A
Throng of Millions Can Be One
6. If
You Could See Me Now
7.
Stardust
8. The
Rule of Thirds
9. Pater
Noster
10. Car
- Car (The Blues)
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo
Fonte: Bill
Beuttler (JazzTimes)
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