Embora ele nunca tenha se desgarrado muito das suas
tradições jazzísticas afro-cubanas em sua música, tampouco, o nascido em Havana,
Manuel Valera, tem se restringido. Para “ Self Portrait”, seu álbum de estreia no
formato de piano solo, ele se aventura mais distante, utilizando a ocasião para
exibir outras influências chaves: três peças enumeradas “Impromptu” (cada uma
para George Gershwin, Erik Satie e Nicolas Slonimsky) vem do treinamento
clássico de Valera, enquanto sua admiração por arquetípicos pianistas de jazz retornam
para interpretações em trio (Monk, Bill Evans e Bud Powell). Estas faixas e
mais duas interpretações — de boleros do cubano Eliseo Grenet e do
cantor-compositor mexicano Agustín Lara—são
balanceadas por mais cinco inéditas de Valera, adicionando uma sólida
interseção de suas habilidades.
Tão impressivas e reveladoras como as reinterpretações e
tributos são aquelas cinco composições autônomas de Valera, que providenciam
apenas mais discernimento sobre seu trabalho artístico. Em faixas tais como “Spiral”,
que inicia o programa, “Hope” e “Water”, Valera é meditativo e sereno; nunca indulgente,
ele permanece próximo às raízes das melodias. Enquanto sua técnica está fora
dos esquemas , ele está econômico no uso da velocidade e da atonalidade , mais
preocupado com o estabelecimento e a manutenção das emoções. Uma exceção é “Improvisation”,
na qual Valera permite-se voar, mas sendo cuidadoso em não perder o rumo.
“Self Portrait” explora novas perspectivas para Manuel
Valera. Será interessante observar como —
isto é para dizer, se—ele revisita e amplia algumas dessas ideias nas suas
gravações com o seu grupo.
Faixas:
Spiral; Very Early; Solamente Una Vez; Impromptu No. 1 For George Gershwin);
Hallucinations; Water; Impromptu No. 2 For Erik Satie; Ask Me Now; Las PerlasDe
Tu Boca; Improvisation; Hope; Impromptu No. 3 For Nicolas Slonimsky; Blues.
Fonte :
Jeff Tamarkin (JazzTimes)
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