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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

SIMONE SOU/GUILHERME KASTRUP E BENJAMIM TAUBKIN – SONS DE SOBREVIVÊNCIA (NÚCLEO CONTEMPORÂNEO)

Ouvinte de Black Sabbath a Led Zeppelin, o baterista Guilherme Kastrup estudou no Conservatório Villa-Lobos e formou a banda Dança e Balança, assídua das gafieiras cariocas. Em São Paulo, desde 1993, tornou-se produtor (Andréia Dias, Badi Assad, Márcia Castro), participou de discos e turnês de Arnaldo Antunes e Zizi Possi a Gal Costa e Adriana Calcanhoto. Formou, em 2005, o duo Soukast com a paulista Simone Bento de Souza, a Simone Sou, ex-Soul, a bordo de indomáveis dreadlocks, iniciada na banda de Itamar Assumpção, com passagens pelos mutantes, Funk Como Le Gusta, Chico César, Elza Soares e Zeca Baleiro. A dupla aprofundou-se na percuteria , sets híbridos de percussão e bateria , alicerçados por recursos eletrônicos. A eles junta-se o pianista Benjamim Taubkin, de currículo ainda mais polimorfo. Da Orquestra Popular de Câmara ao Trio + 1, de jazz, o Abaçaí, de música tradicional, além de solos (A Terra e o Espaço Aberto, A Pequena Loja da Rua 57) e a gestão do polo instrumental Núcleo Contemporâneo, lançador do disco.

Em vez de aparar, o trio depura as arestas  nestes Sons de Sobrevivência. Injeta samples da Banda de Pífanos de Bendengó , da Bahia, no xaxado Pifaiada, atravessando por paisagens sonoras sucessivas. Como promete o título, Choro Bororo mixa prantos dos indígenas desta etnia, acionados em MPC por Kastrup, sob comentários melódicos do piano de Taubkin. O Tambor de Crioula de Mestre Felipe, do Maranhão, invade a ecoante  Fábrica de Sapos, a que o pianista adiciona flauta, enquanto a dupla percussiva secciona compassos. Vozes dos pigmeus do Congo abrigam-se sob panelas e campânulas de Simone Sou em Gota d´Água. E o trio evidencia seu projeto de obra aberta ao intitular outra faixa, simplesmente, Improviso, (e o que veio depois).

           Faixas

 1 – Pifaiada (Gui Kastrup e Simone Sou)
 2 – Gota D’Água (Simone Sou)
 3 – Choro Bororo (Benjamim Taubkin, Gui Kastrup e Simone Sou)
 4 – Improviso (E o que veio depois) (Benjamim Taubkin, Gui Kastrup e Simone Sou)
 5 – O Tocador (Simone Sou e Oleg Fateev)
 6 – Mozambik Bembe (Gui Kastrup e Simone Sou)
 7 – Fábrica de Sapos (Gui Kastrup e Simone Sou)


Fonte : Tárik de Souza (CartaCapital)

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