playlist Music

sábado, 28 de março de 2015

TIM BERNE'S SNAKEOIL – SHADOW MAN (ECM Records)

A estreia desta banda com seu álbum epônimo ocorreu  pela ECM e foi uma das mais aclamadas  gravações do jazz de 2012. “Shadow Man” é mais vigoroso.  É mais turbulento e profundo,  uma extravagância oceânica de configurações e cores sônicas estranhas. Ainda está de acordo com a coerência lógica  do proprietário.

As vozes individuais do Snakeoil  são atrativas. Oscar Noriega (clarinetes) é de livre fluidez e brilho. Ches Smith (bateria e vibrafone) desatrela forças percussivas em ondas  estrepitosas, nenhuma é a mesma. Matt Mitchell (pianos) é original no conceito e na sonoridade. A notável independência de suas mãos cria singulares desenhos entalhados. Suas notas ressonantes comandam a atmosfera. Nesta companhia, o sax alto de Tim Berne esta feroz como nunca , porém mais focado e conciso.

As vozes individuais  somam-se às arrojadas manifestações do formato da banda de Berne. “Son of Not So Sure” é poderosa ascensão em uma trajetória  arrebatadora quando os instrumentos são adicionados para reunir o estrondo. “OC/DC” aos 23 minutos, não é tão longo. É uma vasta variedade sequencial que se desdobra: finas interações contrapontuais ; grupos estrondosos e inclinados ; duos e trios apartados do quarteto. Relacionamentos entre composição e improvisação são complexas ainda que orgânicas. Variações dinâmicas podem suingar de simples notas do piano circundadas pelo silêncio de crises sônicas mais diretas. “Socket”, aos  19 minutos,  aproxima-se de uma corrente vívida de solos , ainda que ninguém domine por muito tempo. Mitchell usualmente escolhe provocar e incitar Noriega e Berne, mas tem a força de subjugá-los.

Espremido no meio de cinco extensas  inéditas de Berne estão quatro minutos de “Psalm”  de Paul Motian , uma performance em duo realizada pelos dispersos repiques do piano e longas entonações do saxofone alto. Nas notas à imprensa, Berne descreve a experiência  como “alguma coisa que você não estava, realmente, supondo ouvir”, talvez porque seja bastante íntima para ser partilhada. É a chamada do espírito em uma simples expressão. “Shadow Man”  está no olho do furacão.

Faixas: Son of Not So Sure; Static; Psalm; OC/DC; Socket; Cornered (Duck).

Músicos: Tim Berne: saxofone alto; Oscar Noriega: clarinete, clarinete baixo; Matt Mitchell: piano, tack e Wurlitzer pianos; Ches Smith: bateria, vibrafone, percussão.


Fonte : Thomas Conrad (JazzTimes)

Nenhum comentário: