A estreia desta banda com seu álbum epônimo ocorreu pela ECM e foi uma das mais aclamadas gravações do jazz de 2012. “Shadow Man” é mais
vigoroso. É mais turbulento e profundo, uma extravagância oceânica de configurações e
cores sônicas estranhas. Ainda está de acordo com a coerência lógica do proprietário.
As vozes individuais do Snakeoil
são atrativas. Oscar Noriega
(clarinetes) é de livre fluidez e brilho. Ches Smith (bateria e vibrafone) desatrela
forças percussivas em ondas estrepitosas,
nenhuma é a mesma. Matt Mitchell (pianos) é original no conceito e na
sonoridade. A notável independência de suas mãos cria singulares desenhos
entalhados. Suas notas ressonantes comandam a atmosfera. Nesta companhia, o sax
alto de Tim Berne esta feroz como nunca , porém mais focado e conciso.
As vozes individuais somam-se às arrojadas manifestações do formato
da banda de Berne. “Son of Not So Sure” é poderosa ascensão em uma
trajetória arrebatadora quando os
instrumentos são adicionados para reunir o estrondo. “OC/DC” aos 23 minutos, não
é tão longo. É uma vasta variedade sequencial que se desdobra: finas interações
contrapontuais ; grupos estrondosos e inclinados ; duos e trios apartados do quarteto.
Relacionamentos entre composição e improvisação são complexas ainda que
orgânicas. Variações dinâmicas podem suingar de simples notas do piano circundadas
pelo silêncio de crises sônicas mais diretas. “Socket”, aos 19 minutos, aproxima-se de uma corrente vívida de solos ,
ainda que ninguém domine por muito tempo. Mitchell usualmente escolhe provocar
e incitar Noriega e Berne, mas tem a força de subjugá-los.
Espremido no meio de cinco extensas inéditas de Berne estão quatro minutos de “Psalm”
de Paul Motian , uma performance em duo realizada
pelos dispersos repiques do piano e longas entonações do saxofone alto. Nas
notas à imprensa, Berne descreve a experiência
como “alguma coisa que você não estava, realmente, supondo ouvir”,
talvez porque seja bastante íntima para ser partilhada. É a chamada do espírito
em uma simples expressão. “Shadow Man” está no olho do furacão.
Faixas: Son
of Not So Sure; Static; Psalm; OC/DC; Socket; Cornered (Duck).
Músicos: Tim Berne: saxofone alto; Oscar Noriega: clarinete,
clarinete baixo; Matt Mitchell: piano, tack
e Wurlitzer pianos; Ches Smith:
bateria, vibrafone, percussão.
Fonte : Thomas Conrad (JazzTimes)
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