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segunda-feira, 20 de abril de 2015

PAULINHO DA VIOLA – RUAS QUE SONHEI

Artífice de um samba chorão, calcado em vocal cálido, compassado, Paulinho da Viola revolveu o velho gênero basilar sem descaracterizá-lo. À exceção do excluído disco de estreia com seu nome, de 1968, os dez títulos editados na década de 1970 da caixa Ruas Que Sonhei  sumarizam essa bossa inovadora, pessoal e não repetível , despida de infiltrações jazzísticas , mas afeita a dissonâncias e experimentações. Completa o pacote o CD Raridades, de gravações avulsas como os temas de novelas Simplesmente Maria (1970) e Pecado Capital (1975) e as concorrentes de festivais  Canção para Maria (com Capinan), de 1966, e Sinal Fechado, vencedora de 1970. Há encontros com o parceiro de afinidades estéticas Elton Medeiros (Amor Proibido) e integrantes da Portela (Um Certo Dia para 21), incensada em Foi um Rio Que Passou em Minha Vida.

A faixa nomeia o primeiro disco, onde se incluem pepitas de fino lavor, como Nada de Novo ,Tudo de Transformou, Não Quero Você Assim. Há mais itens de antologia, como o dolorido álbum Nervos de Aço, do suicida Comprimido e do descalibrado Roendo as Unhas. Um cintilante cravo pontua Num Samba Curto e Para Ver as Meninas, do disco que levou o nome do compositor em 1971, com a valsa Vinho Finos ...Cristais. Em dois títulos de edição simultânea, Memórias – Chorando e Cantando - , de 1976, confronta suas fontes no samba e no choro. Nos desvãos entre a tradição e o reformismo, Paulinho da Viola forjou um percurso luminoso, à cavaleiro do tempo.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:


Fonte : Tárik de Souza (CartaCapital)

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