Este encontro de cérebros da guitarra deve soar como um par
improvável: o guitarrista de 58 anos conhecido por seus não convencionais voos
extravagantes na avant-garde unindo
forças com o melodista de 26 anos, melhor conhecido pela sua maestria na tradição
da guitarra jazzística e seus desvios vencedores na música popular. Deixe seu ceticismo na
porta.
Nels Cline e Julian Lage não necessitam de seção rítmica
para preencher suas atuações. Também não faz Cline trazer seu batalhão de efeitos nos
pedais. “Room” é o som de duas hábeis e encrespadas guitarras (cada instrumentista alterna toques
eletrificados e acústicos), um em cada canal , e a descoberta de uma vasta área
de base comum. Nos segundos de abertura
do álbum, os dois guitarristas apresentam uma surpreendente harmonia, tocando a
linha ilusória de “Abstract 12” de Lage com tensa precisão. Durante “Blues,
Too”, Cline homenageia Jim Hall, que desenvolve ataque preciso além do som de
duas guitarras seguras dentro de um ente mais amplo. Eles atacam tempos
singulares com gosto em poucas faixas : “The Scent of Light” atravessa poucas seções antes de atingir o clímax em uma
coda que salta entre duas frases musicais repetidas. “Odd End” mostra-se um
pouco rígida, soando como uma linha 7/8 tocada mais para show, mas é salva por
uma ponte afiada.
Eles impulsionam, também, cada um para além das suas zonas
de conforto : Cline frequentemente apresenta suave lirismo e Lage demonstra que
também pode ser barulhento. A espontânea “Waxman” deve ser uma das melhores
representações da parceria, que
se move coesivamente através do frugal, longas
modulações nos momentos melódicos, nenhum soando apressado ou despreparado.
Faixas:
Abstract 12; Racy; The Scent of Light; Whispers from Eve; Blues, too; Odd End;
Amenette; Freesia/The Bond; Waxman; Calder
Fonte: Mike
Shanley (JazzTimes)
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