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sexta-feira, 5 de junho de 2015

CHICK COREA TRIO – TRILOGY (Stretch/Concord)

Após meio século como proeminente compositor de jazz e músico, aos 73 anos , o tecladista Chick Corea está em um local raro como artista , que pode lançar praticamente qualquer coisa que ele queira. Nos anos recentes, sua incrível quantidade de lançamentos tem incluído diversas coisas do piano-solo, duos e trabalhos  de repetição com o Return to Forever. Mesmo seus lançamentos, como estes três CDs com uma coletânea de material ao vivo , durando aproximadamente três horas e meia são explosivos. Arrasador ? Talvez. Porém, afortunadamente, a banda de Corea , aqui, apresenta o baixista Christian McBride e o baterista Brian Blade, formando um trio notável em comparação aos grandes trios acústicos formados   por  Miroslav Vitous e Roy Haynes a Eddie Gomez e Paul Motian.

Cinco anos atrás, McBride tocou baixo elétrico e Blade substituiu Vinnie Colaiuta na excursão da  Five Peace Band  de Corea, coliderada com o guitarrista John McLaughlin e também apresentando o saxofonista Kenny Garrett. Assim a química dentro deste trio  é evidente desde o início. A composição de abertura de Corea, “You’re My Everything”, imediatamente refletem os interativos ouvidos do suingante Blade, que responde às frases do pianista com  baquetas  e escovinhas  e McBride providencia a cola com modulações e linhas  para  passeio.

Corea reinterpreta quatro peças: “Recorda Me”  de Joe Henderson, a extravagante  “Work”  de Thelonious Monk, realiza nova e deliciosa leitura de “The Song Is You” e “My Foolish Heart” , sendo esta última capturada em Madrid com convidados estelares espanhóis ,Niño Josele (guitarra) e Jorge Pardo (flauta). Ambos retornam para uma incendiária versão em 18 minutos de “Spain” de Corea.

Os locais de gravação abrange vários ambientes  como os créditos dos compositores, de  Washington, D.C., e Oakland, Califórnia., a Suíça, Áustria, Eslovênia, Turquia e Japão. O disco dois entremeia material do cancioneiro norte-americano  (“Alice in Wonderland”, “It Could Happen to You”, “How Deep Is the Ocean”) com outro excelente número de Monk (“Blue Monk”), e uma composição de Corea, “Armando’s Rhumba” , e um par de surpresas. “This Is New”  de Kurt Weill é um grato destaque ao  primoroso toque de Corea, à liberdade de McBride e a pegada melódica de Blade. E Scriabin nunca poderia ter imaginado que este trio tomaria seu “Op. 11, No. 9” para uma exibição democrática de chamada e resposta para os três músicos.

O disco três encerra com algo antigo após duas longas peças de algo novo. “Homage”  de Corea é dedicado ao falecido gênio da guitarra flamenco Paco de Lucía, e o pianista captura sua essência através  de uma impetuosa introdução desacompanhada e seções variando do sombrio ao espirituoso.  A nunca gravada anteriormente “Piano Sonata: The Moon” de  Corea , registrada em meia hora, é um jogo fechado escrito e improvisado de seções preenchidas com inícios e paradas, crescendos e espaço. Seu impecável seguimento é a joia “Someday My Prince Will Come” cantada pela esposa de Corea, Gayle Moran, que motivou a multidão em Sapporo, Japão, a explodir. O par inicia a canção como dueto antes de McBride e Blade entrarem, divertidamente acentuando  as sutilezas de Corea antes de Moran sustentar 22 segundos de nota em alto registro para encerrar (ela era, alguns devem ter esquecido, a vocalista e tecladista do Return to Forever e da Mahavishnu Orchestra nos anos 70).

Este extenso trabalho em três CDs oferece  um pouco de compilação e deve mesmo vir como algo autoindulgente. Então, outra vez, as chances para que quase cada ouvinte destes concertos deixassem o local querendo mais. Com  “Trilogy”, eles já têm o que desejam.

Fonte : Bill Meredith (JazzTimes)


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