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segunda-feira, 22 de junho de 2015

MIGUEL ZENÓN – IDENTITIES ARE CHANGEABLE (Miel)

O saxofonista alto e compositor Miguel Zenón é um dos mais condecorados músicos de jazz da sua geração, medidas pelas nominações ao Grammy , colocações em pesquisas e associações ao MacArthur e Guggenheim. Ele é importante como conceitualista. Suas oito gravações como líder têm criado diversidade e revelatórias interações entre o jazz e a cultura musical de Porto  Rico.

Seu novo álbum concentra-se em uma ideia: identidade nacional experimentada por  1.2 milhões de nova-iorquinos descendentes de porto-riquenhos. É a primeira incursão de Zenón em composição  e arranjo para orquestra. Seu quarteto de trabalho (Luis Perdomo/Hans Glawischnig/Henry Cole) está expandido por cinco saxofones, quatro trompetes e três trombones.

O material é dinâmico, desafiante e intensamente polirítmico. Não é nem latino nem jazz como estas categorias têm sido tradicionalmente definidas, mas uma terceira síntese. Os seis movimentos, mais um prelúdio e um epílogo, estão em escopo sinfônico. Estruturas rítmicas contrastantes coexistem: cinco contra sete, três contra dois, cinco contra três. O resultado é musica fervilhante que soa comandada por múltiplos engenhos internos. Sempre que  Zenón estende-se nesta turbulência organizada , seus solos são incandescentes. em “Same Fight” e “First Language” respectivamente, o saxofonista tenor John Ellis e o trombonista Tim Albright providenciam líricas perspectivas extremas na  maior narrativa de Zenón.

Porém, há um problema com este álbum. Zenón gravou entrevistas com sete novaiorquinos descendentes de portorriquenhos, e ele mistura suas vozes na música. A ideia é que as falas e a música reforçem e ilustrem cada uma delas. Não funciona. Cada um dos seis movimentos  inicia com e, mais tarde,  é interrompida por vozes. Frequentemente, elas são estridentes em péssimas condições de gravação. Às vezes, elas não são inteiramente inteligíveis, porque são mascaradas pela música. Os efeitos  disruptivos, mesmo rangentes.  Em “Identities Are Changeable” são audaciosos, interessantes e malogra admiravelmente.

Faixas: ¿De Dónde Vienes? (Overture); Identities Are Changeable; My Home; Same Fight; First Language; Second Generation Lullaby; Through Culture And Tradition; ¿De Dónde Vienes? (Outro).

Músicos: Miguel Zenón: saxofone alto; Luis Perdomo: piano; Hans Glawischnig: baixo; Henry Cole: bateria; Will Vinson: saxofone alto; Michael Thomas: saxofone alto; Samir Zarif: saxofone tenor; John Ellis: saxofone tenor; Chris Cheek: saxofone barítono; Mat Jodrel: trompete; Michael Rodríguez: trompete; Alex Norris: trompete; Jonathan Powell: trompete; Ryan Keberle: trombone; Alan Ferber: trombone; Tim Albright: trombone.


Fonte : Thomas Conrad (JazzTimes)

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