O saxofonista alto e compositor Miguel Zenón é um dos mais
condecorados músicos de jazz da sua geração, medidas pelas nominações ao Grammy , colocações em pesquisas e
associações ao MacArthur e Guggenheim. Ele é importante como conceitualista.
Suas oito gravações como líder têm criado diversidade e revelatórias interações
entre o jazz e a cultura musical de Porto Rico.
Seu novo álbum concentra-se em uma ideia: identidade
nacional experimentada por 1.2 milhões
de nova-iorquinos descendentes de porto-riquenhos. É a primeira incursão de Zenón
em composição e arranjo para orquestra. Seu
quarteto de trabalho (Luis Perdomo/Hans Glawischnig/Henry Cole) está expandido
por cinco saxofones, quatro trompetes e três trombones.
O material é dinâmico, desafiante e intensamente polirítmico.
Não é nem latino nem jazz como estas categorias têm sido tradicionalmente
definidas, mas uma terceira síntese. Os seis movimentos, mais um prelúdio e um
epílogo, estão em escopo sinfônico. Estruturas rítmicas contrastantes coexistem:
cinco contra sete, três contra dois, cinco contra três. O resultado é musica
fervilhante que soa comandada por múltiplos engenhos internos. Sempre que Zenón estende-se nesta turbulência organizada
, seus solos são incandescentes. em “Same Fight” e “First Language” respectivamente,
o saxofonista tenor John Ellis e o trombonista Tim Albright providenciam
líricas perspectivas extremas na maior
narrativa de Zenón.
Porém, há um problema com este álbum. Zenón gravou
entrevistas com sete novaiorquinos descendentes de portorriquenhos, e ele
mistura suas vozes na música. A ideia é que as falas e a música reforçem e ilustrem
cada uma delas. Não funciona. Cada um dos seis movimentos inicia com e, mais tarde, é interrompida por vozes. Frequentemente, elas
são estridentes em péssimas condições de gravação. Às vezes, elas não são
inteiramente inteligíveis, porque são mascaradas pela música. Os efeitos disruptivos, mesmo rangentes. Em “Identities Are Changeable” são audaciosos,
interessantes e malogra admiravelmente.
Faixas: ¿De
Dónde Vienes? (Overture); Identities Are Changeable; My Home; Same Fight; First
Language; Second Generation Lullaby; Through Culture And Tradition; ¿De Dónde
Vienes? (Outro).
Músicos: Miguel Zenón: saxofone alto; Luis
Perdomo: piano; Hans Glawischnig: baixo; Henry Cole: bateria; Will Vinson: saxofone
alto; Michael Thomas: saxofone alto; Samir Zarif: saxofone tenor; John Ellis: saxofone
tenor; Chris Cheek: saxofone barítono; Mat Jodrel: trompete; Michael Rodríguez:
trompete; Alex Norris: trompete; Jonathan Powell: trompete; Ryan Keberle:
trombone; Alan Ferber: trombone; Tim Albright: trombone.
Fonte :
Thomas Conrad (JazzTimes)
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