
Imagens do tempo domina, como na agourenta “Rain Shadow” com
sua melancolia, entonações delineadas e a vivamente animada “Saturation” , na qual as notas agudas de Alcorn
parecem caucionadas para as entonações escavadas de Formanek. Então, aos 27 minutos
de “Downburst”, nos quais os músicos tocam com uma espécie de clareza em 3D,
ocupando seus diferentes espaços, enquanto, também, atuam com determinação
unificada. Como o tempo, a música pode mudar, gradativa e subitamente. Em torno
da marca dos sete minutos, a coisa é intensificada: Os espaços entre as notas
estreitam-se e o ritmo ganha urgência. Porém a abertura do céu é um perfeito
arco-íris, com mais poesia que drama, mais beleza reservada que o caos.
Alcorn tem marcante controle de seu instrumento. Seu toque
pode refletir a entonação calorosa das suas origens havaianas ou relembrar James
Blood Ulmer com seus efeitos entalhados. Eskelin, sempre em seu elemento (este é
seu terceiro lançamento vigoroso em trio no ano, junto com aqueles do seu próprio
trio, Trio New York , e o September Trio de Harris Eisenstadt), utiliza sua clássica
entonação no tenor, enquanto mantém seu poder em reserva. Formanek tem uma voz
que faz sinais, havendo momentos que você deseja que as nuvens partam e deixe-lhe
o solo por um bom período.
Faixas:
Rain Shadow; Meridian; Divergence; Saturation; Absolute Zero; Refraction;
Occlusion; Downburst; Mirage.
Músicos: Ellery Eskelin: saxofone tenor; Susan
Alcorn: pedal steel guitar; Michael
Formanek: baixo.
Fonte: Lloyd Sachs (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário