
Com é frequente em se tratando de Mazurek, é difícil
distinguir os instrumentos acústicos dos eletrônicos. Porém seu cornet, junto com o sax soprano e a
rabeca de Thomas Rohrer (um violino
brasileiro), tão bem quanto as traquitanas e pratos de Mauricio Takara e
Rogerio Martins e o ukulele como um
cavaquinho, dedilhado por Takara, são esporadicamente evidentes ao longo do
trabalho. “Let the Rain Fall Upwards” é uma densa coleção de entonações viradas
ao contrário que se alastra para a
intensidade de uma dança dervish; “Oh Mother (Angels’ Wings)” , do mesmo modo, conclui com um choque eletrônico violento,
como um teclado emulando uma gaita de fole gemendo e ofegando abaixo de uma cacofonia de grasnidos eletrônicos , balidos
e sons agudos metálicos. A peça final, “Reverse the Lightning”, termina
serenamente com um canto sem palavras como se fosse de um monge.
Recém-chegados deverão
estar confusos pela aspereza de um bocado de coisa que está aqui. Porém mesclar
iniciais improvisações livres e busca espiritual, de Coltrane a outros que vão
além, tem, similarmente, abraçado o paradoxo da busca redentora da elevação
espiritual através das fantasias sônicas que parecem provocar angústia e terror.
Faixas: Oh
Mother (Angel's Wings); Return the Tides; Let the Rain Fall Upwards; Reverse
the Lightning.
Fonte : David Whiteis (JazzTimes)
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