Thomas Marriott seria melhor conhecido se tivesse
permanecido em Nova York, onde foi um respeitado trompetista no início dos anos
do novo milênio. Em vez disto, por motivo de qualidade de vida, ele retornou
para sua cidade natal, Seattle, onde tem acumulado um substancial trabalho no selo local, Origin.
Marriott normalmente
toca com os melhores músicos de Seattle, mas aqui ele utiliza uma seção rítmica
de qualidade oriunda da Costa Leste: Orrin Evans, Eric Revis e Donald Edwards. A
atuação neste álbum é de alta classe e impetuosa. Do ornato bravio da abertura
de “Apophis” (para um deus egípcio do caos), Marriott é pura velocidade
intrépida e beligerância aguda. É divertido voar com ele em torno da mudanças de “Mo-Joe” (para Joe
Locke). Evans é pianista dissonante no acompanhamento, que entorta e apresenta
solos desafiantes.
Apesar de toda potência de fogo deste quarteto, “Urban
Folklore” é sobre o compositor Marriott. Suas composições são como seu toque,
firme, claro e inteligente. Nas suas notas para o disco ele expõe a premissa
atrás de cada canção. Mais álbuns deveriam ofertar estes critérios. Sim, música
deve ser capaz de sustentar-se sozinha. Porém,
não causa nenhum dano saber que “Room 547” foi a sala de parto onde nasceu a
filha de Marriott (suas duas notas de fanfarra são prazerosamente benvindas ) ou
que “What Emptiness Can Do” (uma mancha de melodia, indolente ) é sobre o
fundamento da batida do rock e a escolha para onde se vai a partir de lá.
A última faixa, “Washington Generals”, inicia em sintonia
como um hino bop , mas inclui interlúdios líricos do trompete, bordões do piano
e drama da bateria. É um adorável tributo ao time de basquetebol que perde cada
noite para o Harlem Globetrotters. “Tão
liberado como deve ser”, diz Marriott. Ele é um instrumentista e compositor
que atua abaixo do óbvio.
Faixas:
Apophis; The Tale Of Debauchery; Room 547; Mo-Joe; What Emptiness Can Do;
Locked Up (Theme from "The Shot Caller); Living On The Minimum; I’m Vibing
You; Washington Generals.
Músicos: Thomas Marriott: trompete; Orrin
Evans: piano; Eric Revis: baixo; Donald Edwards: bateria.
Fonte : Thomas Conrad (JazzTimes)
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