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domingo, 12 de julho de 2015

YELENA ECKEMOFF - A TOUCH OF RADIANCE

É uma satisfação ouvir um artista desenvolvido. Neste quesito, Yelena Eckemoff tem atendido  a vocação definível só pela linguagem do espírito. A pianista e compositora russa vem de um rigoroso treinamento clássico e dentro daqueles parâmetros tem modelado um tranquilo, ainda que seguro, acervo de álbuns de  jazz que se estende desde 2006 com “The Call”. Desde estão ela tem reunido bandas com diferentes formações, acariciando ébanos e marfins ao lado de Arild Andersen, Marilyn Mazur, Peter Erskine e muitos outros nomes já estabelecidos. Em “ A Touch of Radiance” ela encontra  a sublime companhia do tenorista  Mark Turner, do vibrafonista Joe Locke, do baixista George Mraz e do baterista Billy Hart. Com o estilo próprio do Yelena Eckemoff Quintet, eles criam uma estonteante e delicada paisagem sonora.

Gravado no lendário Avatar Studios , em Nova York, e apresentando as faixas, em média ,com sete minutos , as dez composições inéditas do álbum exibe Eckemoff como um democrático catalizador. Sua atmosfera possui integridade, não menos que toda insinuação. Como tal, títulos como "Reminiscence" e "Exuberance" não são meros descritores, mas reflexões de estados emocionais mais complexos (Verdade que para organizar, Eckemoff providencia um  poema no folheto do CD para cada faixa).Quant a  "Affection" , não é melodiosa como se deve esperar , mas rumina nas sombras, dissonâncias cromáticas e age na memória não como um quadro , mas como um filme insuficientemente revelado. Turner traz um fluxo de rio para sua entonação singular, contrastando com as energias mais brilhantes de Locke. "Pep", por outro lado, desperta chamas mais peculiares. Estas centelhas através do toque de Yelena Eckemoff, que alcança, aqui, brilho nodoso. Turner emociona em estrias, não em pilares, e outra vez compartilha conversação adorável com o vibrafone de Locke.

Em absoluto se pode dizer que não há, abertamente, quaisquer momentos programáticos. Faixas tais como "Reminiscence", "Exuberance" e "Radiance" são exatamente o que elas pretendem ser. A primeira destas é notável para o monólogo delicado de Hart, a segunda para  a arte de Mraz e a terceira para o gotejar do piano de Eckemoff, brilhante e livre. E todas elas são transportadas através de memórias da infância e inocentes passeios dentro de  paragens, que alguém pode ficar cego na maioridade.

Outras canções flutuam em algum lugar entre elas, alcançando discernimento mais profundo  no auge do álbum, como  "Reconciliation". Não só é a mais fina realização de Eckemoff em estúdio, mas sua perfeita adequação da melodia, espírito e magia obtida de seus colaboradores dentro da natureza de cada um. Turner , em particular, fornece a amplitude de suas habilidades para pequenos mundos através de abertura sem esforço , fazendo deles o seu próprio  universo .

Os toques da líder são oferecidos nas seleções de bom gosto nas viradas mais sombrias. Na enternecedora   "Imagination" e na mais impressionista "Tranquility" , seu toque permanece suave e discreto, sempre investido na beleza cotidiana . Como na abertura do álbum, "Inspiration", ela encontra exatamente grande felicidade.

Ocupando  a linha de frente ou a retaguarda , ela é o suave adesivo que cola cada foto terminada  no diário que surge. Por isto, o álbum é como um volume familiar que abraça cada músico,  que adiciona ornamentos capazes de destravar a curiosidade do ouvinte.

Faixas: Inspiration; Reminiscence; Exuberance; Affection; Pep; Imagination; Reconciliation; Tranquility; Encouragement; Radiance.

Músicos: Yelena Eckemoff: piano; Mark Turner: saxofone tenor; Joe Locke: vibrafone;George Mraz: baixo; Billy Hart: bateria.

Fonte : TYRAN GRILLO (AllAboutJazz)


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