“The Now” marca o
quinto, concisamente, intitulado disco em 16 anos do trio do pianista Aaron
Goldberg com o baterista Eric Harland e o baixista Reuben Rogers. Um paralelo
óbvio para esta persistente dedicação à arte e destreza do Brad Mehldau Trio, liderado por outro pianista que sofre fácil
comparação com Bill Evans e Keith Jarrett. Porém, Goldberg e sua seção rítmica (que
também acompanha Charles Lloyd) tem firmemente refinado uma mistura de
elementos que é, imediatamente, característica e familiar: as cuidadosas
inéditas de Goldberg são usualmente postbop
ou baladesco; levemente distorcidas reinterpretações de canções de jazz do
meado do século 20 e alguns excelentes
músicas de jazz latino, pop ou folk. A ocasional estrela convidada é adicionada
para condimento.
A profundidade e a alma de “The Now” provem da expressão
de saudade de Goldberg da música brasileira. Está na provocante abertura com
acompanhamento improvisado e gorjeios impecavelmente entoados de “Trocando Em Miúdos” , uma canção
pop de 1978 sobre a divisão material de
um divórcio. A versão envolta em intensidade e contenção do lamento de Djavan, de 1980, “Triste Baia Da Guanabara” e
a maneira como Goldberg mantem as notas na maravilhosa valsa do final dos anos
80 , composta por Toninho Horta, “Francisca”.
Goldberg adiciona sua análoga valsa, “The Wind in the
Night”, uma canção de amor que Rogers reciprocamente providencia a escora para ele e o bálsamo para agilizar seu fraseado. Harland é igualmente
crucial para “The Now”. Goldberg especificamente o festeja em “E-Land”, deixando superior posição real
sônica para o preenchimento do baterista e então lança algumas frases musicais
repetidas para o contraponto do baterista. Porém, Harland está atualmente mais impressivo, serpenteando
suas batidas firmes no tambor nos calcanhares das linhas sinuosas de Goldberg
durante “Background Music” de Warne
Marsh e, por outro lado, sombreando o ritmo com uma delicadeza que é um
componente inesperado de sua completa habilidade.
A única música que não está adequada é aquela que encerra
o trabalho, “One Life”, uma composição emocional
em homenagem aos filhos dos amigos de Goldberg, que faleceram. É a mais longa
canção e a única que não é em formato de trio com o convidado Kurt Rosenwinkel
dominando na guitarra. A mudança é abrupta e carrega bastante peso. Tratada com
carinho, não está dentro do contexto de “The Now”.
Faixas
1.
Trocando Em Miúdos 06:47
2. Yoyo
05:02
3. The
Wind In The Night 05:02
4.
E-Land 02:47
5.
Perhaps 05:17
6. Triste
Baía Da Guanabara 04:55
7.
Background Music 02:48
8.
Francisca 06:22
9. One's
a Crowd 06:16
10. One
Life 08:00
Fonte :
Britt Robson (JazzTimes)
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