“Songs for Quintet” é uma surpreendentemente forte benção na
carreira de Kenny Wheeler, que faleceu devido a uma longa doença nove meses
após esta gravação ocorrida em Dezembro de 2013, sua sessão final com outros músicos.
Wheeler, no flugelhorn, carece da voluptuosa entonação e impressiva
profundidade do fraseado que marca seus primórdios, mas ele toca bastante bem
para apresentar sua marca registrada, o lirismo, e a inocência incrustada
nestas nove novas e velhas composições. Organizando a mesma instrumentação sem
piano como o seu clássico “Deer Wan”, o quinteto é especialmente evocativo quando o instrumento
de Wheeler é unido ao saxofone tenor de Stan
Sulzmann ou à guitarra de John Parricelli.
Há uma ótima mistura de familiares energias e sutis
surpresas. “Pretty Liddle Waltz” reitera a maestria de Wheeler na forma
misteriosa daquela canção com assombrosos instrumentos de sopro e uma firme, às
vezes fantasmagórica pulsação de
Parricelli e do baixista Chris Laurence. “Old Time” é uma caprichosa e
harmonicamente rica tomada em “How It Was Then” do trabalho de Wheeler com o Azimuth.
O tango “Sly Eyes” está reforçado pelas batidas corajosas de Martin France, comparada à sua
versão em “Moon” com John Taylor em 2001. E “The Long Waiting” e “Canter No. 1”
são reduções para quinteto a partir de
tratamento que receberam para big band
em “The Long Waiting” de Wheeler em 2012.
Talvez o melhor de tudo em “Songs for Quintet” é faixa mais
concisa, “1076”, que desenvolve um arco-íris de matiz confuso, com partes
iguais de nascer do sol e o cantar do galo. Wheeler será lembrado por aquela
espécie de equilíbrio admirável, dentre outras muitas coisas.
Faixas:
Seventy Six; Jigsaw; The Long Waiting; Canter No.1; Sly Eyes; 1076; Old Time;
Pretty Liddle Waltz; Nonetheless.
Músicos: Kenny Wheeler: flugelhorn; Stan
Sulzman: saxofone tenor; John Parricelli: guitarra; Chris Laurence: baixo;
Martin France: bateria.
Fonte :
Britt Robson (JazzTimes)
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