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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

RUDRESH MAHANTHAPPA – BIRDS CALL (ACT Music + Vision)

O saxofonista alto e compositor,  Rudresh Mahanthappa,  tem sido usualmente mais interessante  quando engajado em projetos colaborativos. Embora “Raw Materials”, seu duo com o pianista Vijay Iyer, seja provavelmente o mais renomado, as melhores parcerias criativas de Mahanthappa têm sido, frequentemente, com saxofonistas, companheiros do alto,  incluindo Steve Lehman em “Dual Identity”, “Bunky Green” em “Apex”  e o mestre Kadri Gopalnathm ,em 2008, no álbum “Kinsmen”.

Com “Bird Calls”, nós podemos colocar Charlie Parker lá ou próximo do topo desta distinta lista. A influência de Parker tem sido aparente no estilo de Mahanthappa na forma como ele ataca uma música com uma inflexível  mistura de força rápida e fluxo lírico em relação a qualquer harmonia ou ritmo. Porém, este álbum lança a rica erudição de Parker na inventiva exposição de Mahanthappa, usando diferentes  elementos do catálogo de Bird como inspiração, interpolações, excertos e desconstruções por oito composições de Mahanthappa e cinco fragmentos intitulados “Bird Calls”. Algumas conexões são claramente óbvias (especialmente com o material de publicidade e notas do disco em formato de folha de papel). “Both Hands” remove os resíduos da melodia de “Dexterity” de Bird para além das válvulas do trombone. “Maybe Later” mantém o ritmo, mas muda as notas do indelével solo de  Bird para “Now’s the Time”. As ligações entre “On the DL” e “Donna Lee” de Bird ou “Sure Why Not?” e “Confirmation” são menos aparentes.

Ressaltando, entretanto, “Bird Calls” utiliza a inspiração de Parker para sintonizar a abundante energia de Mahanthappa. Ele maneja o familiar riff “Parker’s Mood”  em um trabalho incandescente e moderno de sax alto que propaga mas nunca  desvia , vindo a ser uma nova marca para a canção que homenageia seu filho de dois anos com o título “Talin Is Thinking”. Mais deste combustível, é providenciado pelo trompetista fenomenal  Adam O’Farrill (o filho de 20 anos de Arturo O’Farrill) dentro  do padrão de Dizzy Gillespie e pelo baterista dinâmico Rudy Royston, um escolha soberba para este trabalho (o pianista Matt Mitchell e o baixista François Moutin completam a banda).

Você não precisa ser um acólito de Parker para apreciar “Bird Calls”. Realmente, os literalistas do bebop  estarão desapontados pelas frequentemente tórridas liberdades tomadas. Porém se você almeja o choque de um instrumentista de sopro em fogo, você  será arrastado para estas conflagrações caso você reconheça ou não a sombra de Bird dançando na luz .

Faixas: Bird Calls #1; On the DL; Bird Calls #2; Chilllin’; Bird Calls #3; Talin is Thinking; Both Hands; Bird Calls #4; Gopuram; Maybe Later; Bird Calls # 5; Sure Why Not?; Man, Thanks for Coming.

Músicos: Rudresh Mahanthappa: saxofone alto; Adam O’Farrill: trompete; Matt Mitchell: piano; Francois Moutin: baixo acústico; Rudy Royston: bateria.


Fonte : Britt Robson (JazzTimes)

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