O saxofonista alto e compositor, Rudresh Mahanthappa, tem sido usualmente mais interessante quando engajado em projetos colaborativos. Embora
“Raw Materials”, seu duo com o pianista Vijay Iyer, seja provavelmente o mais
renomado, as melhores parcerias criativas de Mahanthappa têm sido,
frequentemente, com saxofonistas, companheiros do alto, incluindo Steve Lehman em “Dual Identity”, “Bunky
Green” em “Apex” e o mestre Kadri
Gopalnathm ,em 2008, no álbum “Kinsmen”.
Com “Bird Calls”, nós podemos colocar Charlie Parker lá ou
próximo do topo desta distinta lista. A influência de Parker tem sido aparente
no estilo de Mahanthappa na forma como ele ataca uma música com uma
inflexível mistura de força rápida e
fluxo lírico em relação a qualquer harmonia ou ritmo. Porém, este álbum lança a
rica erudição de Parker na inventiva exposição de Mahanthappa, usando diferentes
elementos do catálogo de Bird como inspiração, interpolações,
excertos e desconstruções por oito composições de Mahanthappa e cinco
fragmentos intitulados “Bird Calls”. Algumas conexões são claramente óbvias
(especialmente com o material de publicidade e notas do disco em formato de
folha de papel). “Both Hands” remove os resíduos da melodia de “Dexterity” de Bird para além das válvulas do trombone.
“Maybe Later” mantém o ritmo, mas muda as notas do indelével solo de Bird para “Now’s the Time”. As ligações entre “On
the DL” e “Donna Lee” de Bird ou “Sure Why Not?” e “Confirmation” são menos
aparentes.
Ressaltando, entretanto, “Bird Calls” utiliza a inspiração
de Parker para sintonizar a abundante energia de Mahanthappa. Ele maneja o
familiar riff “Parker’s Mood” em um trabalho incandescente e moderno de sax
alto que propaga mas nunca desvia ,
vindo a ser uma nova marca para a canção que homenageia seu filho de dois anos
com o título “Talin Is Thinking”. Mais deste combustível, é providenciado pelo
trompetista fenomenal Adam O’Farrill (o
filho de 20 anos de Arturo O’Farrill) dentro do padrão de Dizzy Gillespie e pelo baterista
dinâmico Rudy Royston, um escolha soberba para este trabalho (o pianista Matt
Mitchell e o baixista François Moutin completam a banda).
Você não precisa ser um acólito de Parker para apreciar “Bird
Calls”. Realmente, os literalistas do bebop estarão desapontados pelas frequentemente
tórridas liberdades tomadas. Porém se você almeja o choque de um instrumentista
de sopro em fogo, você será arrastado
para estas conflagrações caso você reconheça ou não a sombra de Bird dançando
na luz .
Faixas:
Bird Calls #1; On the DL; Bird Calls #2; Chilllin’; Bird Calls #3; Talin is
Thinking; Both Hands; Bird Calls #4; Gopuram; Maybe Later; Bird Calls # 5; Sure
Why Not?; Man, Thanks for Coming.
Músicos:
Rudresh Mahanthappa: saxofone alto; Adam O’Farrill: trompete; Matt Mitchell:
piano; Francois Moutin: baixo acústico; Rudy Royston: bateria.
Fonte :
Britt Robson (JazzTimes)
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