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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

HELEN SUNG – ANTHEM FOR A NEW DAY

Você poderia colocar em uma linha a descrição deste álbum que se ajustaria a uma significativa percentagem de lançamentos atuais do jazz. Banda: reunida para o momento. Canções: a maioria inéditas, poucos standards. Gênero: tendência do novo milênio. Bases: reinterpretações (Monk, afrolatinos, baladas, agitos) Extras: alguns convidados famosos.

Porém, o diabo está sempre nos detalhes. “Anthem for a New Day” é excepcionalmente compacto, esperto e intenso. Balança seus alto-falantes (ou, atualmente seus fones de ouvido) a partir dos compassos iniciais da faixa de abertura, “Brother Thelonious”. A pianista Helen Sung, o saxofonista tenor Seamus Blake e a trompetista Ingrid Jensen sobre o espinhoso tema. Então, todos  eles solam com seus cabelos eriçados , mas concisamente.

Sung obteve o grau de mestre em música clássica antes de encontrar o jazz, que ela agora toca com excessiva proficiência e o zelo de um convertido tardio. Seu sexto álbum apresenta uma nova ênfase nos papéis de compositor, arranjador, conceitualista de banda e líder. “It Don’t Mean a Thing” é uma engenhosa inversão que move Ellington para o arco de um estudo clássico e refuga o suíngue, até suingar como louco. Sung arranja sua própria linha melódica lancinante, “Hidden”, em movimentos com aberturas para vivas interações entre a violinista convidada Regina Carter, Jensen e Sung no Rhodes. “Armando’s Rhumba” de  Chick Corea com o convidado Paquito D’Rivera no clarinete, é uma celebração extática , rodopiante e firme. Ao longo do programa, o baterista Obed Calvaire e o percussionista Samuel Torres são ágeis e minuciosos. O baixista Reuben Rogers está solto, proativo e proeminente.

Há uma hierarquia de grandes versões ao piano de “Never Let Me Go” com Bill Evans e Keith Jarrett no topo. Sung está agora na lista. Seu piano postula a melodia em fragmentos. Carter e Rogers respondem, só ou juntos, ás vezes deixando a canção distante, mas sempre reforçando a paixão pelo argumento.

Faixas: Brother Thelonious; Armando's Rhumba; Hidden; It Don't Mean a Thing (If It Ain't Got That Swing); Hope Springs Eternally; Anthem For A New Day; Never Let Me Go; Chaos Theory; Epistrophy; Equipoise.

Músicos: Helen Sung: piano, Fender Rhodes; Seamus Blake: saxofones tenor e soprano; Ingrid Jensen: trompete; Reuben Rogers: baixo; Obed Calvaire: bateria; Samuel Torres: percussão; John Ellis: clarinete baixo (6); Regina Carter: violino (3, 7); Paquito D'Rivera: clarinete (2).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:



Fonte : Thomas Conrad (JazzTimes)

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