“Rhizome” é bastante diverso para ser chamado de um álbum
conceitual. Porém, é um simples arco, uma reflexão profundamente pessoal em
nosso momento presente. Um rizoma é um sistema gigante de planta no qual as
plantas individuais sobre o solo partilham um simples tronco subterrâneo. Para
Fabian Almazan é uma metáfora sobre como a humanidade está conectada. Seu álbum
é uma afirmação da fraternidade humana dentro de uma dolorosa consciência de
sua contínua violação.
Seu trabalho com Terence Blanchard o tem revelado como um
brilhante e expressivo pianista. Porém, a complexidade do objeto de “Rhizome”
requer muitos recursos adicionais: uma seção rítmica composta pela baixista Linda
Oh e pelo baterista Henry Cole; um quarteto de cordas; o violinista de sete
cordas Ronit Kirchman; a guitarra e a voz assombrosa de Camila Meza e um sintetizador.
A façanha de Almazan é como ele exibe todos estas contrastantes texturas e
cores dentro de um poderosos e conflituoso retrato de nosso tempo.
A faixa título foi motivada pelo massacre de 26 pessoas, incluindo
20 crianças na Sandy Hook Elementary
School em Newtown, Conneticutt. Contra um fundo melancólico de cordas
tranquilamente excitantes e o choro sem palavras de Meza, o piano elegíaco de Almazan
e o baixo solene de Oh esquadrinha a esperança no luto deles. Em “Jambo”, com o
violino em pânico e a violência da bateria, a representação é visceral de
contemporânea disputa. O único standard,
“Stormy Weather”, tem seu lugar próprio. É belamente desolada, com hesitante linhas
simples de piano, altercando suspiros
pelas cordas.
Porém, às vezes a busca de Almazan pela fé descobre momentos
como “Hacia el Aire”, uma inspiradora e ascendente
mistura de piano e violinos. “A New Child in an Old Place” vem de uma visita a New
Orleans, quando Almazan viu crianças brincando dentro da devastação deixada pelo
furacão Katrina. Como o rizoma, uma criança
é a metáfora para regeneração.
Este álbum é sobre muito mais do que os presentes de Almazan como improvisador e instrumentista, mas
é ainda uma investida quando ele soa solto, como em “Espejos” e desatrela seu
próprio piano inventivo em ondas sobre ondas dentro de uma longa narrativa.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo:
Fonte :
Thomas Conrad (JazzTimes)
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