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sábado, 21 de novembro de 2015

FABIAN ALMAZAN – RHIZOME (Blue Note/ArtistShare)

“Rhizome” é bastante diverso para ser chamado de um álbum conceitual. Porém, é um simples arco, uma reflexão profundamente pessoal em nosso momento presente. Um rizoma é um sistema gigante de planta no qual as plantas individuais sobre o solo partilham um simples tronco subterrâneo. Para Fabian Almazan é uma metáfora sobre como a humanidade está conectada. Seu álbum é uma afirmação da fraternidade humana dentro de uma dolorosa consciência de sua contínua violação.

Seu trabalho com Terence Blanchard o tem revelado como um brilhante e expressivo pianista. Porém, a complexidade do objeto de “Rhizome” requer muitos recursos adicionais: uma seção rítmica composta pela baixista Linda Oh e pelo baterista Henry Cole; um quarteto de cordas; o violinista de sete cordas Ronit Kirchman; a guitarra e a voz assombrosa de Camila Meza e um sintetizador. A façanha de Almazan é como ele exibe todos estas contrastantes texturas e cores dentro de um poderosos e conflituoso retrato de nosso tempo.

A faixa título foi motivada pelo massacre de 26 pessoas, incluindo 20 crianças na Sandy Hook Elementary School em Newtown, Conneticutt. Contra um fundo melancólico de cordas tranquilamente excitantes e o choro sem palavras de Meza, o piano elegíaco de Almazan e o baixo solene de Oh esquadrinha a esperança no luto deles. Em “Jambo”, com o violino em pânico e a violência da bateria, a representação é visceral de contemporânea disputa. O único standard, “Stormy Weather”, tem seu lugar próprio. É  belamente desolada, com hesitante linhas simples  de piano, altercando suspiros pelas cordas.

Porém, às vezes a busca de Almazan pela fé descobre momentos como “Hacia el Aire”,  uma inspiradora e ascendente mistura de piano e violinos. “A New Child in an Old Place” vem de uma visita a New Orleans, quando Almazan viu crianças brincando dentro da devastação deixada pelo  furacão Katrina. Como o rizoma, uma criança é a metáfora para regeneração.

Este álbum é sobre muito mais do que os presentes de  Almazan como improvisador e instrumentista, mas é ainda uma investida quando ele soa solto, como em “Espejos” e desatrela seu próprio piano inventivo em ondas sobre ondas dentro de uma longa narrativa.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo:



Fonte : Thomas Conrad (JazzTimes)

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