O trompetista italiano post-bop, Fabrizio Bosso, oriundo de Turim,
Itália, não é ainda um nome familiar na paisagem musical norte-americana, mas
ele não é um noviço ao idioma do jazz. Um trompetista
veterano que tem preferido o vibrante e mais receptivo cenário do jazz
na Europa em relação aos Estados Unidos, tem
durante sua florescente carreira profissional , com dezessete álbuns gravados
desde 2000, a sua estreia como líder em “Fast Flight (Red Records, 2000)”. Um
artista premiado que atua regularmente no festival anual de jazz de Umbria e
tem gravado como acompanhante e solista com luminares do jazz como Carla Bley,
Maria Schneider, Ryan Truesdell e Wayne Marshall dentre outros, Bosso alcança
uma nova audiência neste esforço.
Neste excelente projeto, Bosso apresenta seu quarto álbum como
líder pela Verve/Universal com “Duke”,
um sincero tributo a Duke Ellington oferecendo interpretações de clássicos
familiares apresentadas pelo soberbo quarteto europeu suportado pelo sexteto Paolo Silvestri Ensemble. Os novos
arranjos efetuados pelo pianista/compositor
Silvestri, providencia renovado tratamento suingante para velhos standards
, que fazem das sete peças do repertório de canções familiares soarem quase
como novas. "I Let A Song Go Out of
My Heart", com mais de 10 minutos, inicia o tributo em forma elegante com o sopro rigoroso do maestro
apresentando uma atmosfera de big band
associada com a peça.
A frequentemente gravada "Caravan" de Ellington explode os portões em alto
estilo em uma das mais animadas e vívidas interpretações de uma canção que já
foi ouvida em tempo rápido, com o som do trompete do líder altamente enviesado e uma banda estimulante onde o pianista Julian
Oliver Mazzariello e o baterista Nicola Angelucci providenciam solos
esplêndidos. Outro clássico apresentado é a imortal "In a Sentimental Mood" rearranjada
e exibindo o líder no flugelhorn estabelecendo uma linha suave na balada do disco.
Agora, não seria um tributo ao Duke se você não incluir "It Don't Mean A Thing (If It Ain't
Got That Swing) , exibida aqui em um rápido e furioso tempo apresentando
Michele Poga no tenor e Marco Guidolotti no barítono emitindo salvas cada um ,
enquanto o trompete de Bosso decide unir-se à alegria, entalhando o tempo
rápido tal qual o vigor de cada músico. Os arranjos de Silvestri para "Black
and Tan Fantasy" e "Jeep's Blue" trazem as músicas juntas em um medley apresentando alguns grandes
toques e um pouco de metal surdinado do líder.
O pianista Mazzariello suavemente introduz o clássico de Ellington
"Solitude", a outra balada do álbum , calidamente texturada,
competentemente suportada pelas palhetas do Silvestri
Ensemble resultando em um dos destaques da gravação. Após uma sessão de
maravilhosa música de Ellington, a música serpenteia e encerra do jeito que
começou, em estilo suingante em voo alto, em uma versão ajustada de "Perdido",
exibindo o som sólido de uma big band
, como um quarteto e um quinteto juntos podem produzir. Uma bem concebida e fascinante homenagem a um
ícone, “Duke” é uma festa explosiva de um mestre do trompete europeu, Fabrizio Bosso, para uma legenda
norte-americana.
Faixas: I
let a Song Go Out of My Heart; Caravan; In A Sentimental Mood; It Don't Mean a
Thing (If It Ain't Got That Swing); Medley: Black and Tan Fantasy/ Jeep's Blue;
Solitude; Perdido.
Músicos:
Fabrizio Bosso: trompete, flugelhorn; Julian Oliver Mazzariello: piano; Luca
Alemanno: baixo; Nicola Angelucci: bateria; Paolo Silvestri Ensemble: Fernando
Brusco: trompete; Claudio Corvini: trompete; Mario Corvini: trombone; Gianni
Oddi: saxofone alto; Michele Polga: saxofone tenor; Marco Guidolotti: saxofone barítono.
Gravadora:
Verve Music Group
Fonte :
EDWARD BLANCO (AllAboutJazz)
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