Certas estratégias musicais podem evidenciar uma composição
de Tim Berne. Há uma melodia angular, tocada pelo ácido alto do líder,
frequentemente em harmonia com outro instrumento de sopro, enquanto a seção
rítmica agita abaixo deles. Com o tema completo, dois membros da banda engajam-se
em solos duais, com um deles consequentemente repousando a partir de uma métrica
livre através do tempo escrito para a próxima sessão, finalmente sugestionando
a banda completa. Esta música provocadora revela-se lentamente. Se alguns
destes ornamentos soam familiar após aproximadamente três décadas de carreira, Berne
está ainda descobrindo maneiras de
rejuvenecê-la.
O terceiro álbum do Snakeoil
encontra Berne continuando a asseverar seu intenso estilo de compor sob a
bandeira da ECM, com o guitarrista/colaborador David Torn conduzindo a produção
pela segunda vez e mantendo a personalidade do saxofonista. O quarteto de Berne,
Oscar Noriega (clarinete, clarinete baixo), Matt Mitchell (piano) e Ches Smith
(bateria) é acrescido por Ryan Ferreira (guitarra e violão). O guitarrista faz
uma significante adição à música, dando a faixas como “Lost in Redding” agudeza
sônica sob o solo do clarinete baixo de Noriega.
Ferreira passa a ser o ornamento da linha de frente de Berne
em “Small World in a Small Town”, uma
parceria que fica mais rica quando o baterista Smith passa para o vibrafone, um
instrumento que ele também utiliza em “False Impressions”. Esta faixa inclui a
mais distorcida ação das seis cordas do álbum. O contraste chega no volume e
tamanho da faixa título com dois minutos
para um solo de violão. Anteriormente os grupos de Berne focaram no frenesi acústico (Bloodcount) e entremearam
com estruturas elétricas barulhentas (Science Friction). “Snakeoil” está equilibrado para ser sua mais vigorosa
banda, porque combina essas qualidades.
Faixas:
Lost In Redding; Small World In A Small Town; Embraceable Me; Angles; You've
Been Watching Me; Semi-Self Detached; False Impressions.
Fonte :
Mike Shanley (JazzTimes)
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