playlist Music

domingo, 14 de fevereiro de 2016

AL DI MEOLA - ELYSIUM (2015)

Virtualmente todas as gravações do guitarrista Al DiMeola desde os dias do Return to Forever são audíveis em um maior ou menor grau, mas suas duas últimas têm sido verdadeiramente excepcionais. Uma sincera afeição pelos Beatles permeia  “All Your Life (In-Akustik, 2013)” e  o comparavelmente profundo com deliciosas texturas  do já apropriadamente  intitulado  “Elysium” estão enraizadas na espontaneidade que é incomum para um músico tecnicamente competente, já que ele ,às vezes, luta para tocar com genuína liberalidade.

DiMeola , nestas catorze faixas , em vários momentos, não está reunido a músicos com a mesma forma de abertura mental. Não há outra maneira do piano de Mario Parmisano e da  percussão de Rhani Krija se entrelaçar tão tranquilamente quanto a intensidade declina e flui em "Adour" e embora a multiplicidade de instrumentos acústicos e elétricos do líder seja similar àqueles dos solos do álbum “Casino (Columbia, 1978)” nada soa forçado ou  inventado.

De fato, aquela atmosfera soa e experimenta  de forma completamente natural  em larga medida por causa do som impecável de “Elysium”, sua mistura maximizando o espectro  estéreo  talvez mais em evidência quando os violões são proeminentes como em "Cascade". Porém, é também verdade que as habilidades de produção de DiMeola seria zero sem a permanência da empatia entre ele e outros instrumentistas , incluindo em vários pontos os tecladistas Phillip Saisse e Barry Miles, e embora os arranjos (mais uma vez do próprio DiMeola)são densos para serem  seguros , a musicalidade respira como na faixa título .

E como em "Babylon", há um senso de fluidez e  ternura que verdadeiramente explode feericamente quando as linhas eletrificadas se conectam  com cada outras após  entrelaçar-se  com instrumentos acústicos. Tais cores vívidas são misturadas por DiMeola e seus acompanhantes em faixas como "Sierra" e "Amanjena" e soam tão exóticas quanto seus nomes e alguns dos seus instrumentos , ainda que eles sensibilizem profunda e diretamente, evocando resposta emocional em proporção que resta dúvida para aqueles instrumentistas .  Apesar disto, quando o volume cresce e o ritmo incrementa em "Tangier", não há senso de mão pesada forçando efeito, mas em vez disto um senso de banda seguindo a música ao estabelecer o movimento.

A relativa brevidade das faixas, variando de um pouco mais de um minuto  a  sete minutos , só adiciona efeito cumulativo. Os créditos meticulosamente detalhados, incluindo a marca e modelo dos vários instrumentos de DiMeola indicam uma atenção vaidosa às nuances, mas como “Elysium”  desdobra-se dentro da delicadeza como em "Purple and Gold" , vem a ser evidente estas sutilezas  originadas da paixão de um homem pelas ferramentas do seu ofício.

Em companhia de linhas similares, a tentação é maior para (completamente) analisar a imposição técnica de aspectos de “Elysium”, particularmente talvez por amantes do áudio e estudantes de música, mas o fato é o maior prazer para tirar da audição desta gravação repousa na simplicidade que se estende da vibração desta música, especialmente  com sua calmaria na conclusão  com o preciso toque e entusiasmo da marimba em "La Lluvia."

Faixas: Adour; Cascade; Babylon; Purple and Gold; Esmeralda; Elysium; Amanjena; Sierra; Etcetera in E-major Intro; Etcetera in E-minor; Tangier; Stephanie; Monsters; Lluvia, La.

Músicos: Al Di Meola: guitarra, bateria, percussão; Mario Parmisano: teclados; Philippe Saisse: teclados;, Barry Miles: teclados; Péter Kaszás: bateria; Rhani Krija: percussão.

Gravadora: Inakustik

Estilo: Beyond Jazz

Para conhecer um pouco mais deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:



Fonte : DOUG COLLETTE (AllAboutJazz)

Nenhum comentário: