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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

MATT SLOCUM – BLACK ELK´S DREAM (Chandra)

“Black Elk’s Dream” é um álbum conceitual. Sua narrativa é parte do homem da medicina e visionário dos Lakota Sioux, que retransmitiu a narrativa de sua vida para John G. Neihardt , que escreveu o livro Black Elk Speaks, publicado em 1932. Por meio do baterista e compositor Matt Slocum, 82 anos, Black Elk fala outra vez.

É um meticuloso e profundo trabalho realizado, notável não só por sua coerência como um singular arco, mas também por sua  desenvolvida e autêntica pungência. “Ghost Dance” e “Days of Peace” são correlativos musicais para a visão de Black Elk referente à inteireza da terra e suas criaturas. “Black Hills” e   “A Disappearing Path” contêm desolação com resignação. Por longo período antes da morte de Black Elk em  1950, os Lakota tinham perdido suas terras e a idade de ouro do seu modo de vida. “Is This America?” de Pat Metheny pertence à suite de Slocum, porque é a mais etérea das canções de protestos.

Como um sonho, lírico, fervente, a música flutuante é capaz de brotar em prazer ou sofrimento. O quarteto de Slocum é composto por Gerald Clayton no piano, Massimo Biolcati no baixo e ainda Walter Smith III ou Dayna Stephens no saxofone tenor. O furioso Smith expande os pensamentos em “A Blues”, que está inspirador. Assim em sua suave e poética reflexão em “Pine Ridge” (É uma reserva da terra natal de Black Elk). Mais o poder desta gravação reside na melancolia do tenor de Stephens, a paixão da sua lenta incandescência.

A faixa título e suas variações são o coração temático do álbum. Como “Prelude” torna-se “Black Elk’s Dream” a mesma célula da melodia move-se da tristeza para a alta energia e afirmação. Temas sucedem-se, mesmo nos solos de Stephens que soam em livre flutuação. Clayton é o primeiro mantenedor das conexões temáticas de Slocum. Seu solo interlúdio “A Dream Revisited” e sua meditação conclusiva “End of a Dream” exemplificam um dos permanentes paradoxos da arte: A verdade é bela mesmo quando, ou talvez especialmente quando, retrata o sofrimento humano, porque a verdade contém nela mesma a esperança.

Faixas: Pine Ridge; Ghost Dance; Yerazel; Prelude; Black Elk's Dream; A Blues; Is This America?; A Dream Revisited; Black Hills; Days Of Peace; A Disappearing Path; End Of A Dream.

Músicos: Matt Slocum: bateria; Walter Smith III: saxofone  tenor  (1, 2, 6, 9, 10); Dayna Stephens: saxofone  tenor (3-5, 7, 9, 11); Gerald Clayton: piano; Massimo Biolcati: baixo.

Fonte: Thomas Conrad (JazzTimes)


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