Empenha-se ainda em abordagens conceituais do repertório. Relaciona
um obscuro afro-samba de Baden Powell, Pai
(com Paulo César Pinheiro), adensado por citações de outro exemplar do
mesmo estilo do autor, Consolação (com
Vinícius de Moraes), à sintaxe de sopros e compassos alterados do mestre do violonista,
o saxofonista Moacir Santos (Agora Eu Sei
) . O grupo, que em 2012 dividiu Vila-Lobos
Superstar com o Ensemble SP de cordas e o cantor Renato Braz, relaciona o
erudito carioca (Bachianas Brasileira n°
1 – Prelúdio / Modinha) a seu discípulo confesso, Tom Jobim (Saudades do Brasil), ambos impenitentes
adeptos do contraponto. Enquanto Sarapuindo
(Teco Cardoso) rodopia na valsa, Pingue Pongue requebra num raro maxixe
canon , ou seja, a duas vozes, “ a segunda, um tempo atrasado, após o início da
primeira”, como decupa o autor Paulo Bellinati. Nelson Ayres encena atmosfera
nordestina em Agreste, e o verniz
rústico de Lá Vem a Tribo (Bellinati/
Stroeter), lustrado pelo clarone do jazzista inglês, John Surman, remete à resiliência
da madeira primal que nomeou o grupo.
Faixas
01 Pai
02 Bachianas Brasileiras Nº 1 - Prelúdio (Modinha)
03 Agreste
04 Pingue Pongue
05 Agora Eu Sei
06 Caixote
07 Saudade Do Brasil
08 No Rancho Fundo
09 Sarapuindo
10 Lá Vem A Tribo
Fonte : Tárik de
Souza (CartaCapital)
Nenhum comentário:
Postar um comentário