Aqui há uma noção radical: A música de Steve Coleman é
frequentemente alegre para ouvir. Assim como Coleman angariou prestígio ,adquiriu
também muitas pedradas —um bolsa do Guggenheim, um Doris
Duke Performing Artist Award e uma bolsa da MacArthur em 2014 bastam — desenvolve
o ambicioso “Synovial Joints”, apresentando nada menos que 21 músicos em alerta
máximo , deve assegurar que , ao lado da sua importância, seriedade e
singularidade , o último projeto de Coleman é atrativo.
O que não é surpreendente, dada a confiança de Coleman na “composição
espontânea”, um processo gravado e transcrito que o envolve ajustando sua mente e então, igualmente, canta
ou toca sax, embora desbarate os ritmos. Observando que ele cultivou Sonny
Stitt, Charlie Parker e Von Freeman, enquanto crescia em Chicago, faz sentido
que seu subconsciente frequentemente apresente fragmentos de canções, vigorosos e angulares, modulados no bop, que são providos e estabelecidos (deste modo “composto”) dentro
de composições. Em adição, Coleman tem sempre se autoproclamado estar na
tradição de Armstrong, Ellington, Parker e Coltrane, com uma unidade central
apresentando uma linha de frente conduzida pelos instrumentos de sopro (seu alto
e o trompete de Jonathan Finlayson
liderando a banda Five Elements tem
recentemente mantido a formação), e os adornos especificamente costurados pelo
pessoal adicional.
Outra tradição de Coleman levada adiante por “Synovial
Joints” diz respeito às suas grandes
conexões , se é através de culturas , através da cosmologia ou a compreensão de
música via afinidade de planos de conhecimento tais como religião, astrologia
ou, mais recentemente , anatomia. “Functional Arrhythmias”, de 2013, usou um
quinteto para explorar o contexto do coração, sistemas circulatório e
respiratório. “Synovial Joints” lida com
o sistema muscular como uma orquestra.
A peça central é a suíte em quatro partes Synovial Joints, um trabalho de mais de 17 minutos de
intensidade ascendente e densidade marcante. É, provavelmente, o mais ambicioso
projeto de Coleman desde “Genesis & the Opening of the Way”, o opus em oito
partes para 29 peças que ele gravou em 1997.
“Synovial Joints” é menos empolado e mais lírico, devido talvez a seu tamanho
menor e instrumentação diferente (mais
cordas, menos instrumentos de sopro e percussão). Porém, outra razão para sua
impressionante delicadeza sonora é o uso por parte de Coleman do que ele chama “camuflagem
de orquestração” derivada da audição de diferentes pássaros e outros animais na
floresta Amazônica , mudando o primeiro
e segundo papéis na mistura do ambiente da selva. Você ouve isto na maneira como o piccolo e o trombone baixo movimentam-se em um diagrama uniforme em “Torso”, a terceira
parte da suíte. Porém, sua “camuflagem de orquestração” está no fascinante
arranjo para cordas ao longo de “Synovial Joints” (observem “Celtic Cells”
apenas antes do solo de trombone de Tim Albright) e o elíptico balanço de sobe
e desce e recuos dos instrumentos na maioria das canções.
Um projeto de Steve Coleman invariavelmente traz um peso cerebral
e novas frases conceituais para ajudar a definir sua firmeza inovadora. Assim, eu repito, não esqueça a música. Vá para “Harmattan”,
uma jam do clássico de Coleman, que a mistura sons
arrasta em torvelinhos e então expande o movimento como um seguro liquidificador,
eriçado por um baixo sincopado e percussão reminiscente de “Cisco Kid” pelo War. Ou “Nomadic” que, de acordo com as notas do disco, “reimagina a
banda de metais do Chade durante o tempo
do antigo império de Kanem-Bornu” , mas , significativamente, há um passeio de
gloriosos solos de conga por parte de Nei Sacramento e Ramon Garcia Perez , que
se estende pela pátria daquele imaginário deserto do Saara.
Sinovial (NT:
Tradução de Synovial) lubrifica as articulações dos nossos corpos para
facilitar os movimentos. Isto é que é o bom, “Synovial Joints” faz o mesmo.
Faixas:
Acupuncture Openings; Celtic Cells; Synovial Joints I - Hand and Wrist;
Synovial Joints II - Hip and Shoulder; Synovial Joints III – Torso; Synovial
Joints IV - Head and Neck; Tempest; Harmattan; Nomadic; Eye of Heru.
Músicos:
Steve Coleman: saxofone, compositor; Jonathan Finlayson: trompete; Anthony
Tidd: baixo elétrico; Marcus Gilmore: bateria; Miles Okazaki: guitarra; Jen
Shyu: vocal; David Bryant: piano; Tim Albright: trombone; Maria Grand: saxofone
tenor; Barry Crawford: piccolo, flauta;
Rane Moore: clarinetes; Jeff Missal: trompete; David Nelson: trombone baixo;
Kristin Lee: violino; Chris Otto: viola; Jay Campbell: cello; Greg Chudzik:
contrabaixo; Alex Lipowski: percussão; Ned Sacramento: percussão; Ramon Garcia
Perez: percussão; Mauricio Hererra: percussão.
Fonte : Britt Robson (JazzTimes)
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