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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

STEVE COLEMAN – SYNOVIAL JOINTS (Pi Recordings)

Aqui há uma noção radical: A música de Steve Coleman é frequentemente alegre para ouvir. Assim como Coleman angariou prestígio ,adquiriu  também muitas pedradas  —um bolsa do Guggenheim, um  Doris Duke Performing Artist Award e uma bolsa da MacArthur em 2014 bastam — desenvolve o ambicioso “Synovial Joints”, apresentando nada menos que 21 músicos em alerta máximo , deve assegurar que , ao lado da sua importância, seriedade e singularidade , o último projeto de Coleman é atrativo.

O que não é surpreendente, dada a confiança de Coleman na “composição espontânea”, um processo gravado e transcrito que o envolve  ajustando sua mente e então, igualmente, canta ou toca sax, embora desbarate os ritmos. Observando que ele cultivou Sonny Stitt, Charlie Parker e Von Freeman, enquanto crescia em Chicago, faz sentido que seu subconsciente frequentemente apresente  fragmentos de canções, vigorosos e angulares,  modulados no bop, que são providos e estabelecidos (deste modo “composto”) dentro de composições. Em adição, Coleman tem sempre se autoproclamado estar na tradição de Armstrong, Ellington, Parker e Coltrane, com uma unidade central apresentando uma linha de frente conduzida pelos instrumentos de sopro (seu alto e o trompete de  Jonathan Finlayson liderando a banda Five Elements tem recentemente mantido a formação), e os adornos especificamente costurados pelo pessoal adicional.

Outra tradição de Coleman levada adiante por “Synovial Joints”  diz respeito às suas grandes conexões , se é através de culturas , através da cosmologia ou a compreensão de música via afinidade de planos de conhecimento tais como religião, astrologia ou, mais recentemente , anatomia. “Functional Arrhythmias”, de 2013, usou um quinteto para explorar o contexto do coração, sistemas circulatório e respiratório. “Synovial Joints”  lida com o sistema  muscular como uma orquestra.

A peça central é a suíte em quatro partes Synovial Joints,  um trabalho de mais de 17 minutos de intensidade ascendente e densidade marcante. É, provavelmente, o mais ambicioso projeto de Coleman desde “Genesis & the Opening of the Way”, o opus em oito partes para  29 peças que ele gravou em 1997. “Synovial Joints” é menos empolado e mais lírico, devido talvez a seu tamanho menor  e instrumentação diferente (mais cordas, menos instrumentos de sopro e percussão). Porém, outra razão para sua impressionante delicadeza sonora é o uso por parte de Coleman do que ele chama “camuflagem de orquestração” derivada da audição de diferentes pássaros e outros animais na floresta  Amazônica , mudando o primeiro e segundo papéis na mistura do ambiente da selva. Você  ouve isto na maneira como o piccolo e o trombone baixo  movimentam-se  em um diagrama uniforme em “Torso”, a terceira parte da suíte. Porém, sua “camuflagem de orquestração” está no fascinante arranjo para cordas ao longo de “Synovial Joints” (observem “Celtic Cells” apenas antes do solo de trombone de Tim Albright) e o elíptico balanço de sobe e desce e recuos dos instrumentos na maioria das canções.

Um projeto de Steve Coleman invariavelmente traz um peso cerebral e novas frases conceituais para ajudar a definir sua firmeza inovadora. Assim,  eu repito, não esqueça a música. Vá para “Harmattan”, uma jam do  clássico de Coleman, que a mistura sons arrasta em torvelinhos e então expande o movimento como um seguro liquidificador, eriçado por um baixo sincopado e percussão reminiscente  de “Cisco Kid” pelo War. Ou “Nomadic” que, de acordo com as notas do disco, “reimagina a banda de metais do  Chade durante o tempo do antigo império de Kanem-Bornu” , mas , significativamente, há um passeio de gloriosos solos de conga por parte de Nei Sacramento e Ramon Garcia Perez , que se estende pela pátria daquele imaginário deserto do Saara.

Sinovial (NT: Tradução de Synovial) lubrifica as articulações dos nossos corpos para facilitar os movimentos. Isto é que é o bom, “Synovial Joints” faz o mesmo.

Faixas: Acupuncture Openings; Celtic Cells; Synovial Joints I - Hand and Wrist; Synovial Joints II - Hip and Shoulder; Synovial Joints III – Torso; Synovial Joints IV - Head and Neck; Tempest; Harmattan; Nomadic; Eye of Heru.

Músicos: Steve Coleman: saxofone, compositor; Jonathan Finlayson: trompete; Anthony Tidd: baixo elétrico; Marcus Gilmore: bateria; Miles Okazaki: guitarra; Jen Shyu: vocal; David Bryant: piano; Tim Albright: trombone; Maria Grand: saxofone tenor; Barry Crawford: piccolo, flauta; Rane Moore: clarinetes; Jeff Missal: trompete; David Nelson: trombone baixo; Kristin Lee: violino; Chris Otto: viola; Jay Campbell: cello; Greg Chudzik: contrabaixo; Alex Lipowski: percussão; Ned Sacramento: percussão; Ramon Garcia Perez: percussão; Mauricio Hererra: percussão.

Fonte :  Britt Robson (JazzTimes)


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