
O grupo estreou no Festival Moacir Santos, no Rio, em 2014,
devotado ao autor, saxofonista, maestro e professor pernambucano, que viveu
entre 1926 e 2006. Mestre de luminares da bossa nova como Baden Powell, Sérgio
Mendes e João Donato, Moacir teve a obra redescoberta a partir do álbum duplo Ouro Negro, produzido por Mário Adnet e
Zé Nogueira em 2001. E não para de ser regravado.
A bem-humorada abordagem do Quartabê do enclave afro jazz e bossa inaugurado por Moacir não
prescinde do rigor. Inclui uma remodelagem do maior êxito do autor, Nanã (Coisa N° 5) assolada por
improvisos e uma espécie de faixa coda, Nanã
Nenê, de autoria do grupo , com inserção do refrão It ain´t necessarily so, da ópera Porgy and Bess, dos irmãos Gershwin. Outra surpresa é a fusão da
clássica toada nativa A Saudade Mata a
Gente (Antônio Almeida / João de Barro) com When it Rains , do jazzista de vanguarda Brad Mehldau. A afiada
tessitura de sopros da Quartabê trafega
ainda pelas Coisas # 3 e # 8 (os opus
do autor), e a Coisa # 1 é
cantarolada após o final das faixas. Do afro beat ao free jazz escandinavo e o
samba rasgado, o grupo injeta novas arestas e assimetrias nas audácias da obra
aberta do impenitente inovador.
Faixas
1 .Oduduá (Moacir Santos)
2. Coisa #3 (Moacir Santos)
3.Rota Infinito(Moacir Santos)
4.Moacirsantosiana #10 (Maurício Carrilho)
5. Suk Cha (Moacir Santos)
6. Chamada (Quartabê)
7. Felipe (Moacir Santos)
8. Coisa #8 (Moacir Santos)
9. Coisa # 5 (Moacir Santos)
10.Nanã Nenê (Quartabê)
11.When It Rains / A Saudade Mata a Gente (Antônio
Almeida, Brad Mehldau, João de Barro)
12. Sendo #1, #4 (Quartabê)
Fonte: Tárik de Souza (CartaCapital)
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