O tempo parece voar quando estamos alegres. Apenas demande o
Trio da Paz. O guitarrista Romero Lubambo, o baixista Nilson Matta e o
baterista Duduka Da Fonseca estão celebrando três décadas de reunião com o
adequadamente intitulado 30. É uma
reunião de músicas que, como o melhor do trabalho deles, encontra-os fundindo os sons do Brasil com a postura da The
Big Apple, criando um jazz brasileiro que encontra o balanço perfeito entre
os dois polos daqueles estilos.
Os triunfos do passado do Trio da Paz inclui “Black Orpheus
(Kokopelli, 1995)”, uma entrada historicamente pesada que encontra estes três redesenhando ,respeitosamente, a música da
clássica trilha sonora do filme ; vários lançamentos com convidados, tais como
“Live At JazzBaltica”, com o vibrafonista Joe Locke (MaxJazz, 2008) e “Café
(Malandro Records, 2002)”, com o saxofonista
Joe Lovano, vocalista Dianne Reeves e o ícone brasileiro Cesar Camargo Mariano
e reinterpretações intensas de programas
, como “Somewhere (Blue Toucan, 2005)”, que toca em números canônicos
brasileiros e standards do jazz. Por
isto, no sétimo álbum do Trio da Paz o grupo dispensa tudo aquilo e foca no
trabalho próprio do grupo. Não há concepção elevada, nem aparição de
convidados e há apenas uma reinterpretação
, uma animada "Samba Triste" que toca dentro da linha de pensamento
da banda , embora tocando contra expectativas nominais.
Os nove outros números— quatro de autoria de Lubambo, três
da mente de Matta e duas de Da Fonseca— vem em todos os formatos, estilos e
humores. Há a caprichosa "Alana", uma ode de Da Fonseca metricamente feita para sua filha mais velha;
a jovial "Outono", um prazeroso devaneio da bossa nova; a brincalhona "Sweeping The Chimney" , uma peça
que ressalta o toque ligeiro da guitarra
de Lubambo e o trabalho cheio de energia das escovinhas de Da Fonseca:
"Sampa 67", um número com seções vivas de música suportada pelo solo
de Matta em rubato e "Águas Brasileiras", uma suave e graciosa balada
oceânica. Solos vigorosos, balanço vivo, intercâmbios empáticos e gestos aprobativos são construídos na estrutura
destas peças. E quem esperaria algo menor destes três? Trio da Paz tem
apresentado um insuperável jazz brasileiro por décadas e o grupo não exibe
nenhum sinal de arrefecimento. Esta banda se mantém melhor com a idade.
Faixas: Sampa 67; For Donato; Outono; Alana; Luisa; Samba
Triste; Aguas Brasileiras; Sweeping The Chimney; Flying Over Rio; LVM/Direto Ao
Assunto.
Músicos: Romero Lubambo: violão, guitarra; Nilson Matta:
baixo; Duduka Da Fonseca: bateria.
Gravadora: Zoho Music
Fonte :
Dan Bilawsky (AllAboutJazz)
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