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domingo, 6 de março de 2016

TRIO DA PAZ - 30

O tempo parece voar quando estamos alegres. Apenas demande o Trio da Paz. O guitarrista Romero Lubambo, o baixista Nilson Matta e o baterista Duduka Da Fonseca estão celebrando três décadas de reunião com o adequadamente  intitulado 30. É uma reunião de músicas que, como o melhor do trabalho deles, encontra-os  fundindo os sons do Brasil com a  postura da The Big Apple, criando um jazz brasileiro que encontra o balanço perfeito entre os dois  polos daqueles estilos.
 
Os triunfos do passado do Trio da Paz inclui “Black Orpheus (Kokopelli, 1995)”, uma entrada historicamente pesada que encontra  estes três  redesenhando ,respeitosamente, a música da clássica trilha sonora do filme ; vários lançamentos com convidados, tais como “Live At JazzBaltica”, com o vibrafonista Joe Locke (MaxJazz, 2008) e “Café (Malandro Records, 2002)”, com o  saxofonista Joe Lovano, vocalista Dianne Reeves e o ícone brasileiro Cesar Camargo Mariano e reinterpretações  intensas de programas , como “Somewhere (Blue Toucan, 2005)”, que toca em números canônicos brasileiros e standards do jazz. Por isto, no sétimo álbum do Trio da Paz o grupo dispensa tudo aquilo e foca no trabalho próprio do grupo. Não há concepção elevada, nem aparição de convidados  e há apenas uma reinterpretação , uma animada "Samba Triste" que toca dentro da linha de pensamento da banda , embora tocando contra expectativas nominais.

Os nove outros números— quatro de autoria de Lubambo, três da mente de Matta e duas de Da Fonseca— vem em todos os formatos, estilos e humores. Há a caprichosa "Alana", uma ode de Da Fonseca  metricamente feita para sua filha mais velha; a jovial "Outono", um prazeroso  devaneio da bossa nova; a brincalhona  "Sweeping The Chimney" , uma peça que ressalta  o toque ligeiro da guitarra de Lubambo e o trabalho cheio de energia das escovinhas de Da Fonseca: "Sampa 67", um número com seções vivas de música suportada pelo solo de Matta em rubato e "Águas Brasileiras", uma suave e graciosa balada oceânica. Solos vigorosos, balanço vivo, intercâmbios empáticos e gestos  aprobativos são construídos na estrutura destas peças. E quem esperaria algo menor destes três? Trio da Paz tem apresentado um insuperável jazz brasileiro por décadas e o grupo não exibe nenhum sinal de arrefecimento. Esta banda se mantém  melhor com a idade.

Faixas: Sampa 67; For Donato; Outono; Alana; Luisa; Samba Triste; Aguas Brasileiras; Sweeping The Chimney; Flying Over Rio; LVM/Direto Ao Assunto.

Músicos: Romero Lubambo: violão, guitarra; Nilson Matta: baixo; Duduka Da Fonseca: bateria.

Gravadora: Zoho Music

Fonte : Dan Bilawsky (AllAboutJazz)


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