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segunda-feira, 25 de abril de 2016

LIONEL LOUEKE – GAÏA (Blue Note Records)


“Gaïa”, o quarto álbum de Lionel Loueke desde que assinou contrato com a Blue Note Records, é tanto jazz quanto “world music” em diversas maneiras. O novo álbum é estelar a despeito de ser destituído de grandes estrelas convidadas que estiveram nos três predecessores , os mentores Herbie Hancock e Wayne Shorter e os colegas Robert Glasper e Esperanza Spalding entre eles. “Gaïa”, ao contrário, é interpretado inteiramente pelo trio do guitarrista beninense  com o baixista sueco Massimo Biolcati e o baterista húngaro Ferenc Nemeth, rapazes com quem ele trabalha desde que se encontraram como estudantes internacionais em  Berklee no final dos anos 90.

O que eles estudaram lá e estão tocando aqui — ao vivo, para uma intimista audiência no estúdio—capitaliza com uma ameba do jazz na capacidade para engolfar e incorporar outra música. Loueke sintoniza seu Hendrix interior em “Wacko Loco” e “Procession”; convoca um espírito da floresta beninense em “Aziza Dance”; imita uma luta como o gimbri  africano em “Sleepless Night”, imitando uma bateria em “Even Teens” e  usando steel drums na lírica “Sources of Love”; canta, via sua guitarra , como uma viúva pranteando para seu marido em “Veuve Malienee” e passa para o violão em “Rain Wash”. E o trio manobra complexos tempos, como 33/8 na abertura do álbum, “Broken”, e 35/8 na faixa título, como se uma criança tocasse.

Loueke escreveu cada canção no amplo espectro do álbum, exceto a reinterpretação de “How Deep Is Your Love” dos Bee Gees no encerramento, e tudo está amarrado, inclusive a canção dos Bee Gees ,  a um simples tema: o dano que está sem feito ao planeta Terra pelo aquecimento global. Música Global, realmente.

Faixas: Broken; Sleepless Night; Sources of Love; Wacko Loco; Aziza Dance; Rain Wash; Forgiveness; Eventeens; Gaïa; Veuve Malienne; Procession; How Deep Is Your Love.

Fonte : Bill Beuttler (JazzTimes)

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