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domingo, 3 de abril de 2016

OMAR SOSA QUARTETO AFROCUBANO – ILÉ

"A palavra ilé, da tradição Lucumí de Cuba, significa lar, terra". Esta simples sentença  que põe a bola rolando nas notas do disco escritas por Omar Sosa, diz tudo o que é necessário ser dito sobre o retorno às raízes do seu projeto. Ou o faz ?

“Ilé” encontra Sosa olhando para o passado de Camagüey, Cuba. Ele povoa este álbum com músicos ditos locais— o baterista Ernesto Simpson, Leandro Saint-Hill nos instrumentos de palhetas e convidados como Eladio "Don Pancho" Terry e Yosvany Terry— mas os ouvintes não deverão se iludir, pensando que esta é uma viagem dentro do caminho da memória tradicional. Sosa acena através das tradições aqui e em outras partes da sua discografia, mas ele nunca esteve algemado em suas restrições e estruturas. Uma abordagem amplamente inclinada para a música latina, jazz e acontecimentos no mundo  de variedade auricular tem sempre posicionado Sosa como um espírito guiado pela sonoridade, não um fornecedor de puro tradicionalismo, e este álbum favorece esta linha de pensamento.

Uma marca de mistura de misticismo, jazz, aforismos afrocubanos , amostras, world music, e sons sem categorizações é o coração do seu quarteto mais convidados para o projeto. Há animadas produções que falam do espírito cubano ("Dame La Luz (Give Me Light)"); misturas cabalísticas que combinam barulhos de rua, um senso de mistério, percussão, flauta, guitarra e vocal a partir de palavras  faladas pelo artista Kokayi e o cantor italiano ZogaroS ("A Love Lost"); fluxo calmamente pacificados ("4U") e números com influência flamenca —peças que olham para as tradições do velho mundo com uma mentalidade modernista —que apresenta o vocal de Jose "El Salao" Martin ("Mentiras Enemigas (Enemy Lies)").  Em acréscimo a estas composições , Sosa apimenta  "Momento", faixa improvisada apresentando amostras de seu toque  e dos Terrys ao longo do álbum.

Através da jornada inteira, Sosa trabalha com o mesmo senso de graça e criatividade que  constam dos seus melhores trabalhos. Alguns artistas fazem parecer que seus trabalhos musicais são frutos de trabalho duro, mas Omar Sosa nunca dá esta impressão. Ele parece evocar sua música do éter. Ele deixa seu trabalho duro fora das vistas, escolhendo só exibir e partilhar produtos finais mágicos como “ilé”.

Faixas: A Love Lost; Momento I; 4U; Mentiras Enigmas (Enemy Lies); Momento II; D Vuelta (The Return); Old Afro A Baba; Dame La Luz (Give Me Light); Momento III; Sad Meeting; Momento IV; La Tarde; Mi Conga; A Love Lost Reprise (To My Late Mother).

Músicos: Omar Sosa: piano, Fender Rhodes, Motif ES8, samplers, vocal; Ernesto Simpson: bateria, vocal, kalimba; Childo Tomas: baixo elétrico, kalimba, vocal; Leandro Saint-Hill: saxofone alto e soprano , flauta, clarinete, vocal; Marvin Sewell: guitarra (1, 4, 7, 8, 12); Jose "El Salao" Martin: vocal (4, 12, 13); Kokayi: vocal (1, 7); ZogaroS: vocal (1, 6); Lazaro Ross: vocal sample (7); Pedro Martinez: percussão (4, 6-8, 12, 13); Yosvanny Terry: saxofone soprano (2, 5, 9, 11), chekere (5); Eladio "Don Poncho" Terry: chekere (2, 9); Carlos "El Vikingo" Ronda.

Gravadora: Ota Records

Estilo: Latino/World


Fonte : DAN BILAWSKY (AllAboutJazz)

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