
As performances de “Neon Art” não são perfeitos artefatos do
jazz. Elas são longas ou interrompem rápido. Há gritos e grasnidos, notas
erradas e falhas. O que ele é, é honesto. Algumas destas peças foram gravadas
em 1981, Pepper estava há seis anos de sua volta e estava alcançando o seu zênite,
seu Gotterdammerung da vida do jazz. Gravado
durante sua excursão no Japão em, onde ele foi reverenciado como gigante
musical, Pepper esteve menos que um ano antes do seu fim. Seu toque se eclipsou
do seu suave “gelo seco” dos dias dos anos 1950. Este foi um animal musical
completamente diferente que realizou esta música. Compulsivo, maníaco, egocêntrico,
Pepper estava empurrando todas as fronteiras das suas capacidades.
O quarteto de Pepper é o mesmo do Volume 2. O baterista Carl
Burnette esteve presente ao longo do retorno de Pepper. Seu pianista favorito, "Mr.
Beautiful" George Cables ancorou o quarteto com o baixista David Williams.
Esta gravação é composta de três longas performances: "Make a List (Make a
Wish)" de Pepper, o standard
"Everything Happens to Me" e outra
composição de Pepper , "Arthur's Blues". Por completo,
"Everything Happens to Me"é uma balada que serve com0 veículo
perfeito para Pepper e ele a interpreta sem a autocompaixão que caracterizou as gravações de Bill Evans da
mesma canção (Pepper e Evans compartilhando um vício com a heroína). Pepper expõe-se
de forma abnegada, mesmo se ele não estava consciente do que estava fazendo.
"Arthur's Blues" demonstra a capacidade do ícone da Costa Oeste para
capturar seu velho estilo em forma dramaticamente diferente de Charlie Parker. Os blues de Pepper são sofisticados e
complicados. Eles constroem na verve de Parker, criando um território de
catedrais do som.
Central para este disco é a excepcional "Make a List
(Make a Wish)" de Pepper. Como o Volume
2, esta performance oferece uma grande justaposição das duas últimas seções
rítmicas de Pepper. A performance definitiva de "Make a List (Make a
Wish)" foi gravada no Croydon, Inglaterra,
em 14 de Maio de 1981 com o pianista belga Milcho Leviev e o baixista Bob
Magnusson. A comparação não poderia ser mais perfeitamente oposta. A
performance do Volume 3 foi gravada em 13 de Novembro de 1981, seis meses após
o concerto do Croydon. O efeito de Cables
em Pepper era sempre grandioso. Pepper adorava Cables e este possibilitava a Pepper
um lugar seguro para improvisar. Não tanto com Leviev. Embora Pepper gostasse
de Leviev, ambos colidiam como iconoclastas que são. Esta diferença é confirmada na performance
desta peça.
Na primavera de 1981, Pepper, com Cables e Williams, apresentaram
uma afetada performance, quase Vitoriana, da sua complexa e recompensadora
composição. É precisa, acurada e levemente empolada. Pepper aumenta o calor e,
em doze minutos, todos estão aquecidos. Pepper e Cables apresenta uma peça de
câmara de soul-jazz. O que a combinação Pepper-Leviev-Magnusson
fez foi detonar uma bomba atômica jazzística , que poderia não ser entendida
sem a performance de Pepper-Cables-Williams. Claramente, a performance de Croydon é superior com o robusto e
elástico baixo de Magnusson e a completa desatenção de Leviev com o sentimento
de Pepper. Onde Cables afagou Pepper, Leviev o pressionou, agarrando suas bolas
e dando-lhes um firme aperto. O
resultado foi fenomenal. Porém, não poderia ter sido sem aquilo que o precedeu.
Faixas:
Make a List (Make a Wish); Everything Happens to Me; Arthur’s Blues.
Músicos:
Art Pepper: saxofone alto; George Cables: piano; David Williams: baixo; Carl
Burnett: bateria.
Estilo:
Straight-ahead/Mainstream
Fonte: C.
MICHAEL BAILEY (AllAboutJazz)
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