Os sons brasileiros, Samba e Bossa Nova, passou sobre os Estados
Unidos como uma onda no início dos anos sessenta. O saxofonista americano Stan
Getz, em sua colaboração com os artistas brasileiros Antônio Carlos Jobim e João
Gilberto, em “Getz/Gilberto (Verve Records, 1962) ” e o guitarrista americano
Charlie Byrd em “Jazz Samba (Verve Records, 1962)” podem repartir
boa parte do crédito. A moda culminou, talvez, com o sucesso no rádio de "The
Girl From Ipanema" do disco de Getz/Gilberto, apresentando um adorável e
sereno vocal de Astrud Gilberto.
Jobim, que foi tão crucial nesta formação da onda inicial,
foi intensivamente interpretado e retrabalhado ao longo de décadas, mas a
vocalista brasileira, Fernanda Cunha, em “Olhos de Mar” escolheu interpretar
canções não lançadas anteriormente de compositores brasileiros contemporâneos:
Antônio Adolfo, Cristóvão Bastos, Carlinhos Vergueiro e mais.
Cunha e os compositores carregam bem a tradição. Há uma suave
simplicidade no som brasileiro. É uma música sem artificialidade ou sem alusão à
grandiloquência. Piano, guitarra, baixo, bateria, com uma cantora emotiva à
frente, e os ritmos fluem como uma tranquila correnteza.
A faixa de abertura, "Dando Um Tempo" (composta
por Carlinhos Vergueiro) tem uma vivacidade do piano atrás do vocal franco de Cunha.
A faixa título (composta por Cristóvão Bastos/Nelson Wellington) explora o
suntuoso território da balada e "Saudades De Você" composta por Reg
Schwager e Fernanda Cunha soa como uma espécie de standard americano cantado em português.
Um encantador e suave trabalho de canções contemporâneas do
Brasil.
Faixas: Dando um Tempo; Olhos De Mar; Amor E Nada Mais;
Floresta Azul; Manhã Mineira; Naquele Outono; Saudade De Você; Verão;
Misteriosa; Pode Ser Que Eu Fique Dessa Vez
Músicos: Fernanda Cunha: voz; Cristóvão Bastos: piano, fender rhodes; Zé Carlos: guitarra;
Edson Ghilardi: bateria; Jorjão Carvalho: baixo.
Fonte : Dan McClenaghan (AllAboutJazz)
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