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quarta-feira, 4 de maio de 2016

FRED HERSCH /HERSCHEL GARFEIN - MY COMA DREAMS (Palmetto)


A brilhante peça multimídia de Fred Hersch ,”My Coma Dreams”, apresenta  a difícil narrativa  do pianista de jazz portador do  HIV/AIDS , sendo colocado em coma  induzido por dois meses  e como os médicos tentaram imaginar o que tinha ocasionado  um colapso séptico . Agora disponível em DVD (após ser filmada no Miller Theatre da Columbia University em Março de 2013), a peça incorpora música, falas e gráficos computadorizados em um fantasticamente interessante trabalho em 90 minutos que é anunciado como “jazz teatro”. “My Coma Dreams “ parece mais Broadway que jazz, porém isto não é uma coisa ruim. Tem belos momentos musicais e passagens narrativas que fará você rir, pensar e talvez mesmo chorar um pouco. A peça foi concebida, escrita e dirigida por Herschel Garfein baseada em oito sonhos de Hersch lembrados após ele ter saído, lentamente, do coma no Hospital  St. Vincent em  Nova York. O muito talentoso Michael Winther assume os papéis de Hersch e do parceiro de vida de Hersch, Scott Morgan. O personagem Hersch detalha o que estava acontecendo nos sonhos, que incluiu tudo assentado em um painel de vanguarda para competir com Thelonious Monk em um contexto para determinar quem poderia compor um canção mais rápida. Uma seção sobre “Jazz Diner” revela-se em instrumentos de sopro histéricos. Outra, chamada “The Boy” é tocante e criteriosa. Enquanto Hersch fala dos sonhos, o personagem de Morgan trata com a realidade — como comas são muito diferentes na forma como são retratados na TV e cinema, como Hersch perdeu cerca de 15 kg apenas deitado lá, como foi difícil retirá-lo do coma e a aflição de imaginar se ele sobreviveria à provação. A narrativa é esperta, honesta e verdadeira. A música é soberba. Hersch toca piano e ele reúne uma banda com 11 componentes, que inclui o baixista John Hébert e o baterista John Hollenbeck, mais uma seção com quatro instrumentos de sopros e um quarteto de cordas. É interessante e enriquecedor observar Hersch, o personagem central da peça, servir como pianista assistente para o grupo. Há um momento crucial onde ele representa a si mesmo na rehabilitação; é a única vez que Hersch interrompe seu papel como pianista e tem efeito poderoso. Esta não é uma peça fácil para assistir, mas é recompensadora. Eu estou feliz por Hersch ter sobrevivido para contar seus sonhos (Lembra-me todos os amigos que não sobreviveram para contar suas batalhas contra a AIDS). Este é um corajoso trabalho artístico que merece ser visto e ouvido.

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:


Fonte: FRANK ALKYER (DownBeat)

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