A brilhante peça multimídia de Fred Hersch ,”My Coma Dreams”,
apresenta a difícil narrativa do pianista de jazz portador do HIV/AIDS , sendo colocado em coma induzido por dois meses e como os médicos tentaram imaginar o que
tinha ocasionado um colapso séptico . Agora
disponível em DVD (após ser filmada no Miller
Theatre da Columbia University em Março de 2013), a peça incorpora música,
falas e gráficos computadorizados em um fantasticamente interessante trabalho
em 90 minutos que é anunciado como “jazz teatro”. “My Coma Dreams “ parece mais
Broadway que jazz, porém isto não é uma coisa ruim. Tem belos momentos musicais
e passagens narrativas que fará você rir, pensar e talvez mesmo chorar um pouco.
A peça foi concebida, escrita e dirigida por Herschel Garfein baseada em oito
sonhos de Hersch lembrados após ele ter saído, lentamente, do coma no Hospital St. Vincent em Nova York. O muito talentoso Michael Winther assume
os papéis de Hersch e do parceiro de vida de Hersch, Scott Morgan. O personagem
Hersch detalha o que estava acontecendo nos sonhos, que incluiu tudo assentado
em um painel de vanguarda para competir com Thelonious Monk em um contexto para
determinar quem poderia compor um canção mais rápida. Uma seção sobre “Jazz
Diner” revela-se em instrumentos de sopro histéricos. Outra, chamada “The Boy” é
tocante e criteriosa. Enquanto Hersch fala dos sonhos, o personagem de Morgan
trata com a realidade — como comas são muito diferentes na forma como são
retratados na TV e cinema, como Hersch perdeu cerca de 15 kg apenas deitado lá,
como foi difícil retirá-lo do coma e a aflição de imaginar se ele sobreviveria
à provação. A narrativa é esperta, honesta e verdadeira. A música é soberba.
Hersch toca piano e ele reúne uma banda com 11 componentes, que inclui o
baixista John Hébert e o baterista John Hollenbeck, mais uma seção com quatro
instrumentos de sopros e um quarteto de cordas. É interessante e enriquecedor
observar Hersch, o personagem central da peça, servir como pianista assistente
para o grupo. Há um momento crucial onde ele representa a si mesmo na rehabilitação;
é a única vez que Hersch interrompe seu papel como pianista e tem efeito
poderoso. Esta não é uma peça fácil para assistir, mas é recompensadora. Eu
estou feliz por Hersch ter sobrevivido para contar seus sonhos (Lembra-me todos
os amigos que não sobreviveram para contar suas batalhas contra a AIDS). Este é
um corajoso trabalho artístico que merece ser visto e ouvido.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte:
FRANK ALKYER (DownBeat)
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