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terça-feira, 28 de junho de 2016

BRIAN CHARETTE – SQUARE ONE (Posi-Tone) / THE QUESTION THAT DRIVES US (SteepleChase)


O mestre do Hammond organ , Brian Charette, e um espirituoso e potente trio em “Square One”, faz a sua relativamente tradicional e cativante estreia na gravadora americana Posi-Tone. “The Question That Drives Us”, pelo selo dinamarquês SteepleChase, apresenta um sexteto de Charette com sonoridades incomuns em um lançamento mais complexo e mundano. Cada CD reflete diferentes facetas de Charette, um compositor desassossegado, arranjador e sônico colorista, que alavanca a paleta musical do B-3 com prazer e firmeza.

Não que a música que Charette toca em “Square One” seja simples, mas é compacta e resoluta, organizada para o drama máximo. De fato, ele tem ampla extensão e segue profundo, do neo-soul-jazz de “Aaight!”  à melódica e deslumbrante balada “True Love” , à afiada e espirituosa “Things You Don’t Mean e uma faixa hipnoticamente rítmica com ar de ficção científica, que estabelece um final solto e retorcido, “Ten Bars for Eddie Harris”. Impulsionado pela guitarra de Yotam Silberstein, que é mais um aventureiro sonoro como Charette, e Mark Ferber, cuja proficiência na bateria estende uma segunda linha e ritmos com toques de eletrônica, “Square One” mistura inéditas com um afiado toque bop em “If” de Joe Henderson e uma interpretação respeitosa e reverente de “Ease Back”, uma canção dos Meters de 1969, que nunca perde seu jeito pop e vivacidade. A banda de Charette, não importa o formato, é divertida. Embora esta seja uma música séria feita por instrumentistas que sabem atuar em torno de todas as espécies de estilos, é música para se desfrutada e mesma dançada em vez de estudada.

Se “Square One” é compacto e bravio, “The Question” é facilmente disciplinado, mas talvez mais conversacional. Sustentado pela relaxada e esperta “Blazinec” (note como a canção desconstrói, então retorna junto em torno de si) e uma tomada de “Moose the Mooche” de Charlie Parker, que assegura o genuíno bop de Charette, “The Question” apresenta Itai Kriss na flauta, Mike DiRubbo no saxofone alto, Joel Frahm no saxofone tenor, John Ellis no baixo clarinete, Charette no B-3 e Jochen Rueckert na bateria.

A canção título é uma espécie de cânone. “Answer Me” é divertida, uma canção funkeada construída em torno da noção de diálogo, as chamadas mudando lentamente para evocar respostas com leves alterações. “Svichkova” como “Blazenic” parece uma espécie de estudo de caráter, com o B-3 de Charette servindo como narrador da estória. “5th Base” é uma cinemática perambulação na vizinhança; o passeio de Rueckert nos pratos anuncia o fumegante baixo clarinete de Ellis.

Não há uma música fraca neste álbum, que encerra animado com três faixas aceleradas: a borbulhante “Denge Merenge”, a suave e cremosa “I Came So Far to See You” e o clássico de Parker. Não importa o estilo no disco da SteepleChase, suas faixas eriçam com esperteza e personalidade. Charette reuniu um sexteto semelhante para qualquer tarefa que ele estabeleça, um grupo que pode subir ao teto, enquanto ele faz florescer as ideias. Sutilmente.

SQUARE ONE

       Faixas

1 Aaight! (Brian Charette) 3:23

2 If (Joe Henderson) 3:56

3 Three For Martina (Brian Charette) 3:51

4 People On Trains (Brian Charette) 4:46

5 True Love (Brian Charette) 4:48

6 Ease Back (George Porter, Jr. / Ziggy Modeliste / Art Neville / Leo Nocentelli) 4:05

7 Time Changes (Brian Charette) 4:15

8 A Fantasy (Brian Charette) 3:24

9 Yei Fei (Brian Charette) 4:26

10 Things You Don't Mean (Brian Charette) 5:13

11 Ten Bars For Eddie Harris (Brian Charette) 3:53´

 

Músicos: Brian Charette: órgão; Yotam Silberstein: guitarra; Mark Ferber: bateria.

THE QUESTION THAT DRIVES US

Faixas: Blazinec; The Question That Drives Us; Medium Up; Answer Me; Labor Day; Svichkova; 5th Base; #9; Denge Merenge; I Came So Far To See You; Moose the Mooche.

Músicos: Brian Charette: Hammond B3 organ; Itai Kriss: flauta; Mike Dirubbo: saxofone alto; Joel Frahm: saxofone tenor; John Ellis: clarinete baixo; Jochen Rueckert: bateria.

Fonte: Carlo Wolff (JazzTimes)

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