
A ênfase na composição e complexa forma para uma banda
ampliada é nova para Locke. Também nova é a diversidade de cores e vozes. Locke
acrescenta aos membros do seu quarteto (o pianista Robert Rodriguez, o baixista
Ricky Rodriguez e o baterista Terreon Gully) convidados com fortes
personalidades: Donny McCaslin e Rosario Giuliani (saxofones); Paul Bollenback
(guitarra); Victor Provost (steel pan);
Theo Bleckmann (voz).
As cinco partes da suíte tomam seus títulos de metáforas
para o amor do poema de Sfraga. A faixa título é uma estrutura compacta com
três seções que se repetem como um pêndulo. Sfraga e Locke compartilham a visão
que o amor não é frequentemente terno. Em “Love Is the Tide”, rodopiando temas
e impetuosidade, penetrantes unissonâncias são subjugadas pela ebulição e
fragor de Gully. A suíte é uma série de formas formidáveis, destramente
executadas. Porém, às vezes soa bastante técnica e elaborada e bem aguçada para
uma peça sobre amor, mesmo um difícil amor. Os movimentos mais atrativos são
aqueles onde o toque de Locke é mais suave e ele resiste à tentação de
transbordar o espaço musical. “Love Is a Planchette” tem uma melodia suave
interpretada por um dos mais intrigantes e evocativos som instrumental no jazz,
a voz sem palavras de Bleckmann. Em “Love Is Letting G”, Locke e Giuliani flutuam
e pairam fora do tempo.
As melhores peças não são as da suíte. Donny McCaslin lentamente
adiciona força em “For Jesse Mountain”. “Embrace”, uma variação de “Embraceable
You”, é retratada em som agudo. Os sons metálicos são brilhantes e distintos: a
steel pan de Provost, os compassos de alumínio de Locke
e as cordas do piano de Rodriguez são temperadas com aço , mas soam como prata.
Faixas: Variation On Wisdom; Love Is The Tide; Love Is A
Planchette; Love Is A Pendulum; Love Is Letting Go; Love Is Perpetual Motion;
For Jesse Mountain; Last Ditch Wisdom; Embrace.
Músicos: Joe Locke: vibrafone; Robert Rodriguez: piano;
Terreon Gully: bateria; Ricky Rodriguez: baixos acústico e elétrico; Rosario
Giuliani: saxofones alto (2, 5-8) e soprano (4); Donny McCaslin: saxofone tenor
(6, 7); Victor Provost: steel pan (6,
9); Theo Bleckmann: voz (3); Paul Bollenback: guitarra (1, 7).
Fonte: Thomas Conrad (JazzTimes)
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