Parece estar entre duas escolas de gerações correntes de
trombonistas de jazz. Em uma mão você tem aqueles que favorecem as deliciosas e
melódicas vozes de Frank Rosolino, Lawrence Brown, Carl Fontana, e aqueles de
gênero similar. Em contraste estão os influenciados pela abordagem bop de J.J. Johnson e Curtis Fuller.
Turre na gravação não tem muita preocupação em rivalizar com seu grupo que
evita o matiz da velocidade e da destreza. Como para o próprio Turre, poderia
ser argumentado que ele encontrou um terreno intermediário entre as duas
escolas.
Tão forte quanto a voz do instrumento de Turre, tem sido
suas díspares e variadas atuações com acompanhante, seus próprios álbuns aos
longos dos anos tem sempre parecido estar misturado. É como se ele tivesse
apenas muitos impulsos criativos e em algum momento problemas se afunilem para
ele dentro de completa coerência. Seu
primeiro álbum para Smoke Sessions não
é exceção. Embora, deva ser seu melhor álbum em tempos recentes. Se há admoestação,
é com a inclusão de alguns desgastados standards.
Para que necessitamos de outra versão de "Lover Man" ou "With a
Song in My Heart"?. Adicione-se os
bons originais de Turre e alguém estaria curioso sobre o que seria o trabalho
enfocado nas composições dele.
As duas faixas mais fortes são modernas, sem absurdos, que
encontram o grupo completo em estado de espírito suingante. "Bu" é o
tributo de Turre para o toque da bateria do ícone Art Blakey e alcança vivo
ânimo através da moderna bateria do grande Willie Jones III. "Trayvon's
Blues" prova que a tradicional forma de 12 compassos ainda mantém o poder
de inspiração, as conchas de Turre ao final providenciam a adição da cereja no
topo do bolo.
"Funky Thing" é um número autoexplanatório que nos
apresenta a maravilhosa mistura de Turre
com o saxofonista alto Bruce Williams. Ao final do outro espectro rítmico, "Nangadef"
captura um toque africano através das congas de Chembo Corniel. Então o círculo
completa-se com o encerramento, "Spiritman-All Blues", Turre inicia
com som agudo e estridente das suas conchas antes do familiar suíngue em ¾ de
"All Blues" de Miles saltar no tempo animado. Como faz ao longo do
trabalho, o pianista Xavier Davis empresta amplo suporte, embora ofereça suas
próprias improvisações cristalinas.
Faixas: Bu;
Lover Man; Funky Thing; Trayvon's Blues; It's Too Late Now; With a Song in My
Heart; 'S Wonderful; Peace; Nangadef; Spiritman-All Blues.
Músicos:
Steve Turre: trombone & conchas; Bruce Williams: saxofones alto e soprano;
Xavier Davis: piano; Gerald Cannon: baixo; Willie Jones: bateria; Chembo
Corniel: congas.
Fonte: C.
ANDREW HOVAN (AllAboutJazz)
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