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segunda-feira, 11 de julho de 2016

DARIUS JONES QUARTET FEATURING EMILIE LESBROS – LE BÉBÉ DE BRIGITTE (Lost in Translation) [AUM Fidelity]


Paralelos óbvios existem entre o grupo “Raining on the Moon” de William Parker com a vocalista Leena Conquest e o novo álbum de Darius Jones, que apresenta a cantora francesa Emilie Lesbros. Marcas de ambos: jazz acessível de avant-garde, composições líricas e uma integração sem costuras de uma unidade solidária e uma vocalista que usa sua voz como um instrumento da banda. Eles são do mesmo selo, AUM Fidelity.

“Le bébé de Brigitte” é a quinta parte da saga do saxofonista, Man’ish Boy, e está mais amadurecida ainda. Compreende seis peças — quatro delas passando de oito minutos— que exibem uma variedade de estilos e experiências. A abertura pastoral, “Two Worlds, One Soul”, alinha-se como a mais tranquila composição de Jones, uma peça encrespada que dura 10 minutos para desenvolver e permitir a Lesbros revelar-se gradualmente. “Chanteuse in Blue” suinga com uma melodia simples que Parker poderia ter escrito. Lesbros canta, fala , trina, zurra e faz outros sons animais tal como a seção rítmica—o pianista Matt Mitchell, o baixista Sean Conly e o baterista Ches Smith—mergulham em um profundíssimo balanço.

Jones não apresenta seu agressivo toque rápido até a terceira faixa, “Universal Translator”, onde ele deixa explosões soltas sobre um ritmo denso e ondulante. Duas peças sensíveis e melancólicas, a épica “Beneath the Skin (we are already one)” e a balada “I Can’t Keep From Weeping”, que traz  o minucioso e dolorido vocal de Lesbros para a linha de frente, assim  como  ela flutua e subjuga as notas e emprega um pouco de artifícios de café-music .Posteriormente há um sereno e marcante solo de Jones. O encerramento, “Quand Vient la Nuit”, é uma composição de Lesbros e um peça destaque, e a única peça verdadeiramente fantástica do álbum. Ela canta, vocifera e toca piano— apenas lentos arpejos—enquanto Jones grasna e Smith roça seus pratos. “Le bébé de Brigitte” não é ainda o disco mais fino de Jones, mas, tranquilamente, foi um dos melhores de 2015.

  Faixas

1 .Two Worlds, One Soul [Música - D. Jones; Letra - E. Lesbros] (10:11)

2 .Chanteuse in Blue [Música - D. Jones; Letra - E. Lesbros] (9:01)

3 .Universal Translator [Música e Letra - D. Jones] (8:30)

4 .Beneath the Skin (we are already one) [Música - D. Jones; Letra - E. Lesbros] (11:34)

5 .I Can't Keep From Weeping [Música e Letra - D. Jones]  (7:00)

6 .Quand Vient la Nuit [Música & Letra - E. Lesbros; Arranjo - D. Jones] (6:34)

 

Músicos: Darius Jones: saxofone alto; Matt Mitchell: piano, Rhodes; Sean Conly: baixo;

Ches Smith: bateria, percussão; Emillie Lesbros: voz, piano na faixa 6; Pascal Niggenkemper: baixo na faixa 6.

 

Fonte: Steve Greenlee (JazzTimes)

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