Como outros grandes pianistas de nosso tempo, Enrico
Pieranunzi na maioria das vezes atua e grava com trio e em formato solo. “Tales
From the Unexpected” origina-se em um concerto em Gütersloh, Alemanha, em 2015,
e é uma valiosa adição à sua larga e rica discografia em trio. O baixista e
baterista, Jasper Somsen e André Ceccarelli, são colaboradores ocasionais de
longa data. É um raro exemplo recente de um álbum de jazz ao vivo gravado
direto em fita analógica em duas trilhas. O som é maravilhosamente caloroso e intenso.
“Proximity” é mais notável porque é o ponto de partida para Pieranunzi,
uma sessão em estúdio em 2013 com um novo quarteto com o trompetista Ralph
Alessi, o saxofonista Donny McCaslin e o baixista Matt Penman.
Pieranunzi compôs todo o material dos álbuns. Ele é um
especial intérprete de standards, assim
está, levemente, desapontando alguns, pois escolheu não incluir nenhum. Porém,
ele é um compositor que cria melodias encantadoras, e é interessante observar
como suas músicas são capazes de servir a muitas propostas diferentes. “Tales” é
todo sobre vigor. As faixas são animadas (“The Surprise Answer”) ou em tempo
médio (“Anne Blomster Sang”, “Fellini’s Waltz”), e todas com sentimento
dirigido pela urgência interior da banda. Porém, o toque de Pieranunzi sempre
anima com energia e graciosa elegância e romantismo italiano. Seu senso formal assegura
que mesmo as peças completamente improvisadas como “Improtale 1” soe refinada,
simétrica e completa.
O romantismo de “Proximity” é mais profundo e mais melancólico.
A faixa título e “Sundays” possuem melodias um pouco longas, desejando as
chamadas originadas por Alessi e McCaslin. As vozes deles articuladas e as fortes
personalidades soam submersas na sensibilidade de Pieranunzi. Alessi puxa
“(In)Canto” como uma cerimônia enlevada, segura neste frequente, repetindo com
sutis variações. Nos espaços abertos, Pieranunzi coloca variações próprias em
luminosos fragmentos. Quanto a McCaslin, está tocando na forma em que ele
encontra uma maneira para decolar do círculo fechado e solo, oferecendo
conteúdo novo e revelador.
Ao longo do trabalho, Alessi e McCaslin com comedido e
concentrado lirismo. Pieranunzi, que raramente faz arranjos para instrumentos
de sopro, emprega estes instrumentos com precisão. Ele concebe como um pintor,
escovando suas melodias com o trompete e o saxofone em alternados e
intercalados ataques. Então, dentro de seus claros parâmetros, ele possibilita
àqueles instrumentos, brevemente, perambularem livres em suas canções. A peça
mais emocionalmente ressonante é “Within the House of Night”, sem tais solos. Suas
passagens melancólicas transitando belamente nas mãos de todos, incluído
aquelas de Penman, cujo trabalho profundo e poético nesta gravação revela que
ele é um dos mais talentosos baixistas em ação. A falta de um baterista faz de
“Proximity” uma forma de conjunto de câmara de jazz, mas nunca perde o fervor.
Proximity
Faixas: (In) Canto; Line For Lee; Sundays; Simul;
No-Nonsense; Proximity; Within The House Of Night; Five Plus Five.
Músicos: Enrico Pieranunzi: piano; Ralph Alessi: trompete,
cornet; flugelhorn; Donny McCaslin: saxofones tenor e soprano; Matt Penman: baixo.
Tales From The
Unexpected
Faixas
1 Improtale 1 04:46
2 The Waver 08:03
3 Anne Blomster Sang 06:59
4 Improtale 2 06:13
5 B.Y.O.H. 06:41
6 Tales From The Unexpected 08:41
7 Improtale 3 07:41
8 Fellini´s Waltz 06:41
9 Improtale 4 02:24
10 The Surprise
Answer 06:22
11 Interview with
Enrico Pieranunzi 11:50
Fonte : Thomas Conrad (JazzTimes)
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