A despeito da sobriedade do título, o 12º álbum de Holly
Hofmann é algo frio ou cético. Melhor, é a celebração de Hofmann na flauta
alto, um instrumento dócil de timbre especialmente tentador. Largamente em
tempo médio e habilmente tocado, este álbum é bonito, como a flauta especial
eleva-o a tal perfil raro. Qualquer que seja a canção, Hofmann compele alma no
serviço da respiração, animando um repertório universal retraído com paixão
totalmente cativante para sua limitação. Com o pianista e marido Mike Wofford, o
baixista John Clayton, o baterista Jeff Hamilton e, em quatro faixas, o guitarrista
Anthony Wilson, Hofmann elaborou um álbum que, fácil como é para ouvir, nunca
descuida do esperado.
Solidamente produzido por Wofford e Thomas Burns, suas nove
seleções se estendem de uma plangente e ambiciosa balada de Pat Metheny, “Farmer’s
Trust”, uma sensível com toque latino de Mulgrew Miller, “Soul-Leo”, uma bem elaborada
de Wilson, “Jack of Hearts”, e a mística “Lumiere de la Vie”, uma melancólica
composição de Hofmann que exibe a maestria da flautista em sua máxima
circunspecção e amplitude.
A empatia presente aqui é admirável. Observe como Wofford segue
o solo reverente e reservado de Hofmann em “Lumiere”. Deslize com o baterista Hamilton
na forma como ele impulsiona a alegre “Cedar Would”, homenagem de Clayton ao
ex-integrante do Jazz Messenger, Cedar
Walton. Mergulhe você mesmo em “Touch the Fog” de Clayton uma faixa sombria e
de câmara na qual Hofmann espalha-se com seu som caloroso, seu fraseado carinhoso.
Faixas: Jack of Hearts; Touch the Fog; Grow (for Dick
Oatts); Lumiere de la Vie; Cedar Would; The Very Thought of You; Make Me
Rainbow; Soul-Leo; Farmer's Trust.
Músicos: Holy Hofmann: flauta alto; Mike Wofford: piano;
John Clayton: baixo; Jeff Hamilton: bateria; Anthony Wilson: guitarra.
Fonte: Carlo Wolff (JazzTimes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário