Como seguem os álbuns de Matthew Shipp, este é quase um mainstream jazz. O vigorosamente individualista
novo disco do pianista, “The Conduct of Jazz”, é o primeiro do seu novo trio com
o baixista Michael Bisio e o baterista Newman Taylor Baker. É uma recomposição
para Shipp, que sempre atuou com pouco caso para a aceitação popular. Embora
esta gravação seja tão tocável no rádio como qualquer anterior álbum produzido
por Shipp, é também indelevelmente seu. A estética de Shipp— composições
desafiadoras , poderosa elocução— nunca poderia ser confundida por qualquer um.
Bisio, com quem Shipp colaborou antes, é uma presença
moderada, passeando, suingando e providenciando contrapontos inesperados, mas
nunca disputando a atenção, mesmo em um solo. Na bateria, Baker tem um toque
mais suave que alguns companheiros anteriores de Shipp, com, talvez, mais
suingue, e ele está satisfeito ao sugerir um ritmo em vez de tocar algo
completo. Para Shipp, ele está neste ponto como um artista completamente
desenvolvido, delineando suas próprias influências e influenciando outros.
É tentador descrever a canção título com suas margens
entalhadas e imbricações em tom menor, como Monk, mas a obra de Shipp é completa
o bastante para chamá-la Shippiana. Nesta
canção e outras, frases são repetidas e perfuradas em balanços, uma marca do
seu estilo. “Ball in Space” contém uma passagem com um acorde em uma oitava
mais baixa, que é repetida 17 vezes (15 vezes com força, duas vezes suavemente).
“Stream of Ligh”, por outro lado, o solo de piano de 5 1/2-minutos de notas que
não deveriam ir juntas, mas de alguma maneira estão. “Primary Form”, de modo oposto, é toda em
redor de Baker; seu toque de bateria cresce incrementalmente energético
conforme Shipp repete uma frase em quatro compassos. “The Bridge Across”
demonstra o completo poder de Shipp-Bisio-Baker, exibindo coesão musical na
ausência de estrutura óbvia, acordes ou melodia. Ainda assim, alguém poderia
imaginar algo disto em uma rádio FM. A capa, de fato, parece como recentes
invólucros da Blue Note, e o título traz à mente o álbum provocador de Branford
Marsalis, “Contemporary Art”. Bem executado.
Faixas: Instinctive Touch; The Conduct of Jazz; Ball in
Space; Primary Form; Blue Abyss; Stream of Light; The Bridge Across.
Músicos: Matthew Shipp: piano; Michael Bisio: baixo; Newman
Taylor Baker: bateria.
Fonte: Steve Greenlee (JazzTimes)
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