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sexta-feira, 22 de julho de 2016

MATTHEW SHIPP – THE CONDUCT OF JAZZ (Thirsty Ear)


Como seguem os álbuns de Matthew Shipp, este é quase um mainstream jazz. O vigorosamente individualista novo disco do pianista, “The Conduct of Jazz”, é o primeiro do seu novo trio com o baixista Michael Bisio e o baterista Newman Taylor Baker. É uma recomposição para Shipp, que sempre atuou com pouco caso para a aceitação popular. Embora esta gravação seja tão tocável no rádio como qualquer anterior álbum produzido por Shipp, é também indelevelmente seu. A estética de Shipp— composições desafiadoras , poderosa elocução— nunca poderia ser confundida por qualquer um.

Bisio, com quem Shipp colaborou antes, é uma presença moderada, passeando, suingando e providenciando contrapontos inesperados, mas nunca disputando a atenção, mesmo em um solo. Na bateria, Baker tem um toque mais suave que alguns companheiros anteriores de Shipp, com, talvez, mais suingue, e ele está satisfeito ao sugerir um ritmo em vez de tocar algo completo. Para Shipp, ele está neste ponto como um artista completamente desenvolvido, delineando suas próprias influências e influenciando outros.

É tentador descrever a canção título com suas margens entalhadas e imbricações em tom menor, como Monk, mas a obra de Shipp é completa o bastante para chamá-la Shippiana. Nesta canção e outras, frases são repetidas e perfuradas em balanços, uma marca do seu estilo. “Ball in Space” contém uma passagem com um acorde em uma oitava mais baixa, que é repetida 17 vezes (15 vezes com força, duas vezes suavemente). “Stream of Ligh”, por outro lado, o solo de piano de 5 1/2-minutos de notas que não deveriam ir juntas, mas de alguma maneira estão.    “Primary Form”, de modo oposto, é toda em redor de Baker; seu toque de bateria cresce incrementalmente energético conforme Shipp repete uma frase em quatro compassos. “The Bridge Across” demonstra o completo poder de Shipp-Bisio-Baker, exibindo coesão musical na ausência de estrutura óbvia, acordes ou melodia. Ainda assim, alguém poderia imaginar algo disto em uma rádio FM. A capa, de fato, parece como recentes invólucros da Blue Note, e o título traz à mente o álbum provocador de Branford Marsalis, “Contemporary Art”. Bem executado.

Faixas: Instinctive Touch; The Conduct of Jazz; Ball in Space; Primary Form; Blue Abyss; Stream of Light; The Bridge Across.

Músicos: Matthew Shipp: piano; Michael Bisio: baixo; Newman Taylor Baker: bateria.

Fonte: Steve Greenlee (JazzTimes)

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