
A música de Bernstein
é destituída de arestas rudes, além de sempre soar melancólica. Em canção terna
dos anos 1950s, “Blue Gardenia”, suas precisas linhas de notas simples traçam,
sinceramente, a melodia, apenas sutilmente a refraseando. Embora sua suave
fruição possua a urgência sublimada de alguém cujo domínio emocional está no blues.
Com instrumentos tais como piano e guitarra elétrica (como
oposto, para dizer, ao saxofone), é levemente desconcertante como
instrumentistas especiais são capazes de expressar seus próprios sons, suas
próprias assinaturas tonais. Bernstein personaliza cada nota e as incandescentes.
A clareza e pureza do som de sua guitarra é belamente retribuída nesta gravação
(a qualidade sonora é uma força do selo Smoke
Sessions).
Aqui, o baixista e baterista, Doug Weiss e Bill Stewart, têm
uma longa história com Bernstein. O pianista Gerald Clayton é um novo
colaborador. A presença de Clayton cria altas expectativas. Sua intrepidez imaginativa
tem transformado muitos grupos recentemente, incluindo alguns grandes como Charles Lloyd Quartet. Porém, ao passo
que Lloyd dá a Clayton espaço para criar sua arte original dentro da visão do
líder, Bernstein mantém Clayton enquadrado. Em baladas como “Tres Palabras” e
em material mais dificultoso como “Sweet Love of Mine” de Woody Shaw’, ambos exemplos
das decisões criteriosas do repertório de Bernstein, Clayton reforça o conceito
do líder sobre a beleza, mas não o amplia.
O título do álbum, não obstante, é uma das poucas coisas na música que Bernstein
não faz bem: “deixá-la solta”.
Faixas: Let Loose; Resplendor; Hidden Pockets; Tres
Palabras; Cupcake; Lullaby for B; Sweet Love of Mine; Blue Gardenia; This is
New.
Músicos: Peter Bernstein: guitarra; Gerald Clayton: piano;
Doug Weiss: baixo; Bill Stewart: bateria.
Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo
abaixo:
Fonte: Thomas Conrad (JazzTimes)
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