
E ainda Perea também exsuda um notável ar de maturidade,
relembrando o interpretativo destemor de Anita O’Day. Ela mergulha de
ponta-cabeça em “Who Can I Turn To?”, habilmente flexionando notas para sutilmente sublinhar a
angústia da letra com uma alusão de histeria.
Como Edwards meticulosamente replica o arranjo de J.J. Johnson do meado dos
anos 50 para “Too Marvelous for Words”, ela responde com uma ondulante
sensualidade digna de Sarah Vaughan (embora tecendo algum vicioso e bom scat). Ela traça o lado romântico de “Jim”
com uma astuta mistura de sonho e incerteza, e modela uma verdadeiramente
estonteante “Triste”. Adicionando sua letra, ela faz uma esperta leitura bop, de “K.D.’s Motion” de Kenny Dorham
(reintitulada “Let Me Tell You”) e uma suavemente melancólica reimaginação de
Cedar Walton, “Martha’s Prize” (cognominada “December Blue” aqui). Porém a
cobertura, o clímax arrasador, é o encerramento do álbum, um empolada
travessura em scat através de “Celia”
de Bud Powell.
Faixas
1 Devil May Care (Bob Dorough) 4:27
2 Soulful Days (These Are Soulful Days) [Calvin
Massey/Vanessa Perea] 7:03
3 Who Can I Turn To? (Leslie Bricusse / Anthony Newley)
5:43
4 Too Marvelous For Words (Johnny Mercer / Richard A.
Whiting) 3:10
5 Jim (Caesar Petrillo / Milton Samuels / Nelson Shawn) 5:40
6 December Blue (Martha's Prize) [Alex Tyshkov / Cedar
Walton] 7:11
7 Triste (Antônio Carlos Jobim) 6:11
8 Let Me Tell You (K.D.'s Motion) [Kenny Dorham/Vanessa
Perea] 6:11
9 Luz Do Sol (Caetano Veloso) 4:06
10 Tenderly (Walter Gross / Jack Lawrence) 6:29
11 Celia (Bud Powell) 4:44
Foto: Christopher Loudon (JazzTimes)
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