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domingo, 16 de outubro de 2016

ADA ROVATI – DISGUISE (Piloo Records and Productions LLC)



Uma informação inicial sobre “Disguise” da saxofonista Ada Rovatti diz que ela não perdeu o passo desde “The Green Factor (Piloo Records) ” de 2009. Há, ainda, o criterioso balanço funk, os arranjos seguros e melodias cativantes e distintas, que fazem desta audição uma experiência simpática e edificante. Ela, ainda, é uma saxofonista maravilhosamente expressiva.

Há ofertas de quinteto, quarteto e sexteto. Em excursões de pequenos grupos de jazz, há algo que assenta o trabalho à parte. Com Rovatti—especialmente em “Disguise”— com "algo" em seus arranjos, iniciando com "Ghost Stories", uma das oito (de dez músicas) compostas por Rovatti. O baixista Janek Gwizdala, o baterista Dana Hawkins e o pianista Oli Rockberger estabelecem um balanço magnífico. O trompetista Miles Davis, ao seu jeito nos anos 80, amaria isto. Seu trompete surdinado se encaixaria bem no funk contemporâneo, mas o segredo aqui é o sax de Rovatti reunido à flautista (Anne Drummond) para algumas espectrais exibições de harmonia e memoráveis melodias em uníssono. Drummond está inspirada em seu solo, e afirma a necessidade de mais excursões na linha de frente. Rovatti não acelera até os três minutos e meio. Ela queima lenta e belamente em frente ao deslumbrante  teclado de Rockberger.

"Alone in Traffic" é surpreendentemente otimista, considerando o título. Talvez o compositor (Rovatti) desfrute o tempo só nas vias expressas. Ela está reunida aqui ao trompetista Randy Brecker, com sua expansiva e suave entonação. Se Brecker é suave, Rovatti é quente. Seu toque aciona a manivela do termostato em 15 degraus à frente de um controlado passo falso de baixo e bateria.

"TBA" apresenta Rovatti no sax soprano. Sua entonação é clara, deslumbrante— nem sempre é o caso com seu instrumento mais frequente. E ela e seu parceiro de linha de frente, Zach Brock ao violino, emoldura a música com afiados contornos modernos. Seu som, tocando ao lado de Rovatti, soa como uma especiaria eletrônica em vez de cordas cantantes. Acelerando os passos em seu solo, ele o marca com um som elástico e impetuoso. Uma joia de canção, fabulosamente arranjada.

Duas familiares composições são incluídas. "Smile" de Charlie Chaplin com uma desolada introdução em três minutos tipo “fim de noite” com Rovatti no tenor. Este é um quarteto, a saxofonista e a seção rítmica, e Rovati mostra que ela pode tocar uma balada clássica com cargas de emoção, com a turma do ritmo voando livre quando ela acelera os passos.  Há "Stairway to Heaven" do repertório do Led Zepplin. Ela reuniu aqui, outra vez, Randy Brecker, com Adam Rogers na guitarra (se é Led Zepplin, você necessita de uma guitarra) em uma conveniente condução com uma rotação bem jazzística na canção.

O disco encerra com uma prazerosa balada contemplativa, "Gentle Giant". O tenor Rovatti tem uma expressiva robustez clássica. Poderia ser esta uma ode a Randy Brecker, marido e parceiro de Rovatti na música? Deve ser.

Faixas: Ghost Stories; Alone In Traffic; TBA; Smile--Intro (sax solo) Smile; Moving Forward; Halfway; Tripping Step; Stairway To Heaven; Gentle Giant.

Músicos: Ada Rovatti: saxofones tenor e soprano, compositora/arranjadora; Janek Gwizdala: baixo; Dana Hawkins: bateria; Leo Genovese: piano (2, 3, 4, 8); Oli Rockberger: piano (1, 6, 10); Adam Rogers: guitarra (9); Zach Brock: violino (3, 8); Anne Drummond: flauta (1, 6); Randy Brecker: trompete (2, 6, 9); Dean Brown: guitarra (10).

Para conhecer um pouco deste trabalho , assistam ao vídeo abaixo:



   
Fonte: Dan McClenaghan (AllAboutJazz)

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